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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

Caríssimos amigos gatófilos e demais visitantes

Deixem aqui os vossos comentários, enviem "coisas de gatos" para o nosso e-mail: velhogatosabio@gmail.com e espreitem a página VGS no Facebook: Isabel Santos Brás (Velho Gato Sábio). Obrigada pela vossa visita. Voltem sempre!

Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Os gatos comunicam a seu modo

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Que grandes fala-baratos que são os gatos! Quer seja entre eles ou com os seus humanos, os gatos não perdem uma oportunidade para “dizer o que pensam”. Por vezes não entendes o “gatês” do teu amigo felino? Basta observá-lo bem, ele ensinar-te-á com o tempo a reconheceres o significado de cada atitude sua.

 

Os gatos utilizam diversos modos para se expressarem. Para além de uma ampla gama de vocalizações, entre os quais miados e murmúrios, usam muito a linguagem corporal que compreende a mímica facial, a cauda, as patas. Enfim, todo o corpo lhes serve para comunicar. Por exemplo, quando pressentem um perigo e estão em alerta, o seu corpo fica teso, o pêlo eriça-se e os olhos ficam arregalados, bem abertos. Ao passo que quando estão relaxados os seus olhos ficam semi-serrados. Se puxam as orelhas para trás e os bigodes ficam esticados, cuidado... estão zangados. Se, pelo contrário, abaixam as orelhas e os bigodes, estão assustados.

 

Quando dois gatos se encontram, saberemos logo se são amigos se os virmos a esfregar o nariz um no outro e a cheirarem-se mutuamente. Se são inimigos e se preparam para lutar, veremos que depois de se cheirarem brevemente ambos se colocam com a cabeça muito próxima um do outro, antes de começarem a agredir-se com ruidosas miadelas de intimidação. Jamais nos devemos intrometer numa briga entre dois gatos. Para separá-los o melhor é lançar-lhes um balde de água e fazer muito barulho.

 

A cauda dos gatos é um grande “barómetro” do seu estado emotivo. Se estão tranquilos e nos querem saudar ou a um outro amigo gato, andam de rabito no ar, ou seja, com a cauda levantada. Porém, se a cauda está levantada mas tremelicante significa que estão agressivos e preparam-se para atacar, o mais prudente é deixá-los em paz. Se abaixam a cauda e a ponta fica curvada, provavelmente estão agitados e assustados, aterrorizados mesmo se mantiverem a cauda entre as pernas.

 

Os gatos adoram comunicar com os seus humanos. Obviamente, não “falam” a nossa língua, por conseguinte, não entendem as nossas palavras. O que é importante é o nosso tom de voz. Eles sentem particularmente as vibrações da nossa voz. Deste modo, para “falar” com eles devemos usar sempre um tom de voz suave e a volume baixo. Gritar é absolutamente contraproducente. Muito menos o devemos fazer quando eles de manhã nos acordam com lambidelas e nos tocam gentilmente nas pernas ou no rosto com as suas patitas com as unhas retraídas. É que estão-nos demonstrando um grande afeto.  Se então, quando chegamos a casa se começam a esfregar nas nossas pernas, “abraçando-nos” com a cauda, é sinal de um grande amor por nós. Recompensemo-los imediatamente com muitos mimos de apreço, claro está.

 

Gatos no Hermitage

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Há mais de 250 anos que o famoso Palácio de Inverno de São Petersburgo entrega o seu sistema de segurança anti-ratos aos gatos. Tudo começou em 1745, quando a segunda filha de Pedro o Grande, Elisabeth Petrovna  (imperatriz Isabel I) decretou que fossem trazidos para a residência do Czar, os mais hábeis gatos para a caça aos ratos. Ordenou ainda que os gatos recebessem todos os cuidados necessários por parte de um servidor da corte. Desde então não mais faltaram gatos naquele palácio (à exceção do período da Segunda Guerra Mundial), onde nos nossos dias se encontra instalado o Museu Hermitage.

 

O Museu Hermitage (Госуда́рственный Эрмита́ж) é o maior museu da Rússia e um dos maiores museus de arte do mundo. A sua vasta coleção de mais de 3 milhões de peças encontra-se distribuida por dez edifícios que se estendem ao longo das margens do Rio Neva. Inclui obras de arte praticamente de todas as épocas e estilos e culturas da história russa, e ainda provenientes da europa, do oriente e do norte de África. O núcleo mais antigo é aquele formado pela coleção da imperatiz Catarina II que em 1764 adquiriu 225 pinturas flamengas e alemãs.

 

São cerca de 70 os gatos que fazem parte da equipa do Hermitage, sendo considerados “funcionários do museu” a par dos 2000 humanos que ali trabalham. O museu, para além de lhes dedicar desde 1998 o dia 6 de abril como o Hermitage Cat Day, celebra-os em diversos meios como por exemplo postais e o livro para crianças “Anna e os Gatos do Hermitage” escrito por Maria Haltunen e Mary Ann Allin, e que deu origem ao musical  Hermitage Cats save the day. Mas a mais importante homenagem foi feita quando o museu encomendou ao artista Eldar Zakirov retratos de seis gatos selecionados, os quais aparecem como empregados da corte imperial russa. A Hermitage Magazine publicou estas pinturas digitais que têm corrido mundo através da web.

 

Um exemplo a seguir por outros museus, não vos parece?

 

 

O gato Giò de Helen Brown

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“Quando não sabes o que fazer, pergunta a um gato.” Assim vem escrito na capa do livro Giò na versão italiana, e cujo título original é Cats and Daughters. Mais um livro sobre gatos que se encontra atualmente na minha mesinha de cabeceira. Seguramente o meu argumento preferido de leitura, a par dos romances policiais escandinavos de quem ultimamente me tenho tornado entusiasta seguidora.

 

Helen Brown, a autora do livro, é uma jornalista e escritora neozelandesa que vive em Melbourne com a sua família, incluindo o gato Jonah (Giò). Nesta história conta-nos em primeira pessoa a sua experiência com um lindo gato siamês (alguém sugere a certa altura de que é mais uma mistura entre um siamês e um burmês) de olhos azuis que se torna um seu “maestro”, ensinando-lhe imensas coisas sobre a liberdade e sobre as relações entre mães e filhas.

 

Após a morte da sua anterior companheira gata, Cleo, que ajudara a família num doloroso período de perda do seu primogénito Sam, Helen havia jurado de nunca mais ter um felino lá em casa. Regra número um: jamais jurar de não voltar a ter um gato em casa. Quiçá enviado por Cleo, Giò surge na vida desta família num novo momento complicato. Helen tem de enfrentar contemporaneamente a organização do casamento do seu filho Rob, problemas graves de saúde e a decisão de uma das  filhas, Lydia, de ir para um mosteiro budista no Sri Lanka em plena guerra civil.  Não obstante o seu feitiozinho impertinente, irrequieto e as suas estranhezas, o novo gato parece continuar o “trabalho” de proteção e de ensinamentos de Cleo (e cujo livro que Helen escreve sobre ela se torna num Bestseller internacional), guiando Helen através das obscuras águas da incerteza. 

 

Um livro belíssimo e muito tocante, que acima de tudo coloca em evidência o poder dos gatos de curarem os humanos das suas tristezas. Outro livro que recomendo vivamente. Boas leituras.

Os gatos da Deusa Freyja

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Hoje é sexta feira 13, e algumas mentes por aí menos evoluídas ainda não se deram conta que os gatos pretos são apenas gatos pretos (adoráveis, por sinal), que não têm nada que ver com coisas esquisitas. Por conseguinte, nunca é demais lembrar aos humanos que hospedam gatos pretos que tenham o dobro do cuidado para os não deixar sair particularmente neste dia.

 

Superstições à parte, a mim a mitologia sempre exerceu um certo fascínio. Deste modo, proponho uma nova viagem na “máquina do tempo” para ver como após os Romanos, os gatos eram considerados entre os “Bárbaros”.

 

Na Gália e nas Ilhas Britânicas os gatos nem sempre foram vistos com bons olhos, muito embora em alguns rituais celtas os gatos provavelmente assumiram um papel importante como “portais” de acesso a uma dimensão espiritual. E sem ser associada aos celtas encontramos no Sul da França a lenda de Matagot, um espírito que assumia a forma de um gato e levava riqueza àqueles que o recebessem em suas casas, nutrindo-o e mimando-o.

 

Na Germânia os gatos eram muito apreciados pela sua utilidade como caçadores de ratos, sobretudo devido à peste que se difundia pela Europa da altura. Os germânicos chegaram mesmo a instituir leis que protegiam os gatos. Quem matasse um gato que era de guarda a um celeiro vinha punido com uma multa em géneros (carne, lã, leite ou trigo) em tal quantidade de cobrir o cadáver do pequeno felino.    

 

Na Escandinávia os gatos eram sagrados e protegidos devido à mitologia nórdica. Uma das deusas mais adoradas era a deusa Freyja, asssociada ao amor e à beleza. Representada como uma bela mulher loura de olhos azuis, vestia um manto de penas de falcão que lhe conferia o poder de mudar de forma, e trazia o Brisengamen, um fabuloso colar de ouro. Comandava as Valquírias (dísir, divindades menores femininas que serviam Odin, o deus principal) e um dos seus muitos títulos era "Senhora dos Gatos", pois os gatos eram sagrados para ela. Dois deles, enormes e semelhantes a linces, puxavam o carro com que habitualmente a deusa se deslocava. Quem alimentasse os gatos vadios era por ela abençoado. Protetora dos enamorados, encontrava-se associada à Lua, aos espírititos benignos, à fertilidade, aos nascimentos e à adivinhação. Superentendia a clarovidência e a intuição, e era muito ligada às artes mágicas, ensinando aos outros deuses nórdicos a preparar porções amorosas e a lançar feitiços.  

 

Graças à deusa Freyja ou Freya, também nos países do Norte os gatos eram um símbolo de feminilidade, independência, poderes mágicos, graciosidade e harmonia.

 

Os gatos conseguem tudo o que querem

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É espantoso o que hoje em dia os cientistas conseguem descobrir com as suas investigações e experiências. Para compreender um pouco melhor aquela intrigante “mania” dos gatos saberem exatamente como obter o que querem dos seus humanos, vejamos o que revelou um estudo científico conduzido pela investigadora Karen McComb da Universidade do Sussex, na Inglaterra, publicado no “Current Biology”.

 

Inspirada pelo seu gato Pepo, a Dra. McComb pediu a diversos humanos que gravassem os miados dos seus gatos, e depois de analisar os sons dos pequenos felinos chegou à conclusão de que os gatos emitem os seus miados agudos entre os 220 e os 520 hertz de frequência, semelhante aos bebés quando choram, os quais usam uma frequência entre os 300 e os 600 hertz. Ora  os humanos adultos têm dificuldade em ignorar o choro dos bebés. Assim, os gatos aprenderam a usar contemporaneamente dois mecanismos diferentes para misturar os “ronrons” e os miados quando querem pedir alguma coisa, sobretudo comida: os primeiros são emitidos a baixa frequência, que é mais agradável e relaxante, e os segundos mais insistentes, através das vibrações das suas cordas vocais.  

Outra coisa que eles conseguiram aprender foi direcionar o nosso comportamento para lhes satisfazer as vontades, utilizando “técnicas” como aquela de se esfregarem e passarem por entre as nossas pernas enquanto nós caminhamos. Muito espertos, estes gatos. Deste modo, nós somos “obrigados” a parar e a prestar-lhes atenção.

 

Quando um jornalista da BBC perguntou em entrevista à Dra. McComb como se sentia depois de saber que o seu gato a tinha “manipulado” todos estes anos, a cientista respondeu que o seu gato Pepo lhe tinha permitido publicar um estudo numa revista prestigiosa, por conseguinte estava “perdoado”. E nós, não é que não fazemos o mesmo? A um miado insistente não perdoamos logo a maçada e damos ao nosso gato o que ele quer?

Companheiros cibernautas gatófilos em destaque este mês:

Associazione Gatti d'Italia