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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

Caríssimos amigos gatófilos e demais visitantes

Deixem aqui os vossos comentários, enviem "coisas de gatos" para o nosso e-mail: velhogatosabio@gmail.com e espreitem a página VGS no Facebook: Isabel Santos Brás (Velho Gato Sábio). Obrigada pela vossa visita. Voltem sempre!

Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

A terceira pálpebra dos gatos

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    Foto Freepik

 

O que é que os gatos têm em comum com os vulcanos? Pergunta estranha, pensam vocês. Talvez para a maioria. Mas se forem trekkies ou trekkers (para os que se ofendem facilmente com a designação anterior), como eu, vão chegar lá.

 

Nós, fans da série Star Trek, recordaremos certamente o episódio em que Mr. Spock (o famoso híbrido Vulcano/Humano, que começou por ser oficial de ciências, depois primeiro oficial e finalmente oficial comandante da nave Enterprise) arriscou ficar cego por ter sido exposto a uma imprevista e intensíssima luz que servia para eliminar um organismo alienígena. O enigmático cientista salvou-se da cegueira porque os seus olhos foram protegidos por uma terceira pálpebra.

 

Teriam os guionistas da série se inspirado nos gatos? É que se os observarmos a dormir, por vezes, quando mantêm a pálpebra principal ligeiramente elevada, podemos ver uma terceira pálpebra. Porque será que os gatos (tal como os vulcanos) possuem este elemento extra? Porque ao contrário de nós, os gatos não necessitam de fechar as pálpebras para humedecer os olhos. Trata-se de uma vantagem importante para, durante as caçadas, não perderem de vista as suas presas nem por um segundo. Assim, para assegurar a correta humidificação dos olhos, os gatos possuem uma "pálpebra nictitante" (do latim nictare que significa "piscar ou pestanejar"). Esta membrana retrátil de cor branca, situada no ângulo ocular lateral, produz uma película lacrimal que se distribui sobre toda a superfície da córnea, protegendo o globo ocular e facilitando a sua limpeza, ao remover os corpos estranhos, como poeiras por exemplo, que aí se tenham depositado.

 

Atenção: se esta pálpebra nictitante permanecer visível quando o vosso gato estiver desperto, com os olhos abertos, é melhor levá-lo ao veterinário. Pode ser indicador de um mal estar ou mesmo doença.

 

O gato na cultura indiana

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Representação da deusa Shashthi-Devi (in www.br.pinterest.com)

 

Voltamos a propor uma viagem na máquina do tempo para "espreitar" como era considerado o gato em outras culturas antigas. O gato era venerado de acordo com modalidades diversas, quer como animal dotado de poderes particulares, quer como símbolo de energias superiores. Em muitos casos, os grandes felinos, como os tigres, leões e panteras, conquistaram a mesma simbologia do gato doméstico, sendo equiparados a este último.

 

Desta vez vamos até à Índia. Na religião hinduista, Shashthi-Devi, adorada sobretudo em Bengala, é a sexta encarnação da Mãe Terra. Em sânscrito escreve-se षष्ठी que significa literalmente "seis". O seu nome é Deva Sena, consorte de Subramanya Swami (Kumaraswami). É a deusa da maternidade que protege a gravidez, o parto e as crianças. Acredita-se que ela está sempre detrás das crianças, tomando conta delas e ajudando-as a crescerem saudáveis e a terem longividade. Quem ler, escrever ou escutar as suas histórias será abençoado com crianças. É ainda a deusa da vegetação e reprodução. É representada como uma figura maternal, segurando uma ou mais crianças, e cavalgando um enorme gato que simboliza a proliferação.

 

Outra deusa adorada sobretudo em Bengala, é a deusa Durga. É representada com oito braços, carregando armas e assumindo mudras ou gestos simbólicos com as mãos. Cavalga o seu animal sagrado, o tigre (por vezes também o leão), que representa a energia criativa feminina. Em bengali Durga escreve-se দুর্গা e em sânscrito दुर्गा, significando literalmente "a inacessível" ou "a invencível". Também conhecida como Maa Durga ("Mãe Durga"), é uma forma de Devi, a "Mãe Divina", a deusa suprema. Assume igualmente outras formas como Parvati, a esposa de Shiva, e Kali, outra manifestação de Parvati. Nasceu por vontade de outros deuses, entre os quais Shiva, com a missão de combater o demónio Mahishasura, que não podia ser derrotado nem por homens nem por entidades celestiais. A deusa Durga, sendo uma mulher guerreira, conseguiu matá-lo com o seu tridente. Existe uma vasta literatura que narra a sua gesta.

 

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Representação da Deusa Durga e o seu tigre Damon (in www.br.pinterest.com)

 

Na Índia encontram-se ainda estátuas de gatos ascetas que representam a beatitude do mundo animal, e o gato é considerado igualmente o aspeto de Yogini Vidali. Vidal em sâncrito é um sinónimo de gato. Narasimha, quarta encarnação do deus Visnù, é representado com corpo humano e cabeça de leão. A sua tarefa era derrotar um demónio que não podia ser morto por um deus, um homem ou um animal. Narasimha, o "Homem Leão" não era nenhum deles mas possuia as três naturezas, pelo que foi capaz de triunfar sobre o demónio.

Yoga com gatos

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Foto do Cat Café de Fabiana Ribeiro, em Sorocaba, no Brasil.

 

Esta é uma ideia que pode começar a ter adeptos: praticar Yoga na presença dos nossos pequenos felinos. Não obstante a prática do Yoga requeira concentração. Pessoalmente, acho que dificilmente conseguiria estar concentrada sentindo amiguinhos peludos em meu redor. Passaria o tempo todo a querer tocá-los e dar-lhes mimos, mas é tudo uma questão de experimentar e habituar.

 

A verdade é que os gatos são mestres da flexibilidade e da serenidade que o Yoga, entre outras coisas, proporciona. Observá-los e procurar imitar os seus graciosos movimentos, sentir as suas vibrações positivas, traz com toda a certeza grandes benesses. Aliás, uma das asana mais populares no Yoga é precisamente a Marjariyasana, ou a posição do gato. Trata-se de uma combinação simples de exercícios, que ajuda a alongar as costas (aliviando dores), a fortalecer os músculos do abdómen e das costas, a aumentar a coordenação e a energizar o corpo. E os benefícios não se ficam por aí: estabiliza o sacro diminuindo as dores na região lombar; alonga a coluna vertebral, aumentando o seu tónus muscular; massaja e estimula os rins e o útero; tonifica a tiróide e paratiróide, é benéfica para os cardíacos e hipertensos; alivia o stress e acalma a mente, criando um equilíbrio emocional e diminuindo a fadiga física.

 

Inicia-se apoiando as mãos e os joelhos no chão. Posiciona-se os joelhos à altura das ancas e as mãos ligeiramente mais à frente do que os ombros, mantendo as palmas bem abertas, os dedos paralelos, e os dos pés virados para baixo. Com uma inspiração profunda, levanta-se lentamente o peito em direção ao teto, deixando a barriga pender para o chão. Pode-se olhar para a frente ou para o teto, mantendo os ombros para baixo. Com a expiração, alongar a coluna em direção ao teto, envolvendo ao mesmo tempo os músculos do abdómen para puxar a barriga para trás, e mergulhando a cabeça e queixo em direção ao peito. Permanecer, sentindo a expansão através das omoplatas. Repetir a sequência algumas vezes, concentrando na respiração: inspirar e expirar de forma lenta e fluida.

 

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Companheiros cibernautas gatófilos em destaque este mês:

Associazione Gatti d'Italia