Permito-me hoje partilhar esta bonita fotografia (in www.mundodosanimais.pt), tão expressiva, e que ao mesmo tempo ilustra a destruição de mais um mito em torno dos gatos. Quem disse que os gatos não são nem podem ser amigos dos cães? Claro que todos nós conhecemos situações em que agem como se fossem inimigos mortais. Daí a expressão popular "brigar como cães e gatos".
De onde virá essa rivalidade? Muito provavelmente a "culpa" é do instinto. Tal como os gatos, os cães ainda conservam o legado dos seus antepassados selvagens, que antes de serem domesticados tinham de caçar para sobreviver. Por conseguinte, quando encontram um gato que reage com medo (fica todo arrepiado e foge), o instinto de caçador dos cães é acionado, pelo que a sua tendência natural será considerar o gato como uma presa, que perseguem com afinco.
Porém, se gato e cão foram apresentados desde cedo (o ideal será iniciar o processo de socialização entre os 2 e os 4 meses de idade), as probabilidades de conviverem na mesma casa de forma harmoniosa e pacífica são enormes. Há mesmo casos em que dormem e brincam juntos, e não vivem um sem o outro. Por isso, não desesperem os humanos que gostam de ambos e pretendem partilhar o seu lar com estes dois alegres companheiros. Com amor, dedicação e paciência, tudo se consegue na vida...
Lembram-se do Tonecas? Já lá vão cerca de quatro meses desde que ele passou a fazer parte da minha vida. Não sei nada sobre a sua origem, se tem outros Humanos a quem se dedica, se tem outro nome... só sei que ele para mim é o Tonecas, e que todos os dias, com raras exceções, me honra com a sua presença no pátio da casa.
Claro que vem pela paparoca que diariamente lhe ofereço! Mas não só. Adora miminhos e desses também não lhe falta uma dose quotidiana. A sua forma de me agradecer é ficando assim, em relax (o que significa que confia em mim) e rebolando-se, visivelmente satisfeito pelas atenções que recebe.
Quando o nosso caro amigo gato se coça, por vezes não podemos deixar de sorrir pelas posições engraçadas que assume. Porém, pode ser indicador de algo sério: doenças de pele. Estas podem ser devidas a parasitas ou não. Há que estar atento, sempre que se escova o seu pelo, para detetá-las atempadamente e recorrer a tratamentos específicos consoante a gravidade da situação. E claro, prevenir é sempre melhor que remediar. Os conselhos de um veterinário são importantes para determinar quais os produtos antiparasitários mais adequados.
As mais comuns são as infestações de pulgas. O gato é facilmente "atacado" por estes parasitas. A pulga (Ctenocephalides felis) é perigosa porque, para além de causar danos na pele, pode ser portadora de larvas de ténias ou de certos vírus. Uma infestação de pulgas é notória pelo facto de levar o gato a coçar-se ou a contorcer-se furiosamente. Podemos ainda observar na pele do animal, pequenos pontos negros semelhantes a grânulos de carvão, que são as fezes dos insetos. Outro sinal da presença de pulgas é o aparecimento de furúnculos rosáceos, escuros no centro, sobretudo na espinha dorsal que é a zona é mais sensível às substâncias proteicas produzidas pela saliva das pulgas.
As infestações de carraças são igualmente nocivas para o animal, causando-lhe anemia, pois sugam o sangue. Este parasita (Ixodes) fica de tal modo inchado que parece um bago de uva, sendo fácil confundi-lo com um cisto ou um tumor cutâneo. Como o seu aparato bucal permanece agarrado ao estrato cutâneo do pequeno felino, é necessário muito cuidado na sua extração, uma vez que se poderá arrancar o corpo mas não o aparelho bucal cravado na pele, e isso provocará um abcesso na pele. Deverá ser usada uma gota de clorofórmio ou de éter, esperar que o aparelho bucal se destaque da pele, e finalmente remover a carraça inteira com uma pinça. Uma vez removida a carraça, o gato deve ser tratado com um antiparasitário apropriado.
Também é possível surgirem no gato infestações de piolhos, concentradas mais frequentemente na cabeça mas podendo estender-se a todo o corpo. O piolho (Felicola), grande como a pulga, pode causar debilidade e anemia no animal, já que existe um tipo de piolho que suga igualmente o sangue.
Outro parasita que causa danos na pele dos gatos, nomeadamente inflamações cutâneas e perda de pelo, é o ácaro da sarna. A espécie de ácaros mais difusa é Notoedres que se aloja no interior da pele, em especial da cabeça e das orelhas, provocando dermatites.
Algumas dermatites ou inflamações cutâneas são devidas a outros fatores como bactérias, alergia a certos alimentos, contacto com substâncias químicas irritantes, queimaduras solares, carências vitamínicas ou disfunções hormonais. Neste caso, não se deve aplicar uma qualquer pomada sem ser receitada pelo veterinário. É frequente os gatos lamberem a pomada e isso pode ser ainda mais prejudicial para eles. O melhor é cortar o pelo em redor da área afetada, limpar a pele com água tépida, desinfetar com um antisético ligeiro e enxugar bem. Se o gato começar a lamber ou mordiscar a parte afetada, colocar um colar. Pode-se comprar um já pronto ou fazer um a partir de um cartão cortado em forma de cone, fixá-lo em volta do pescoço do gato e fechá-lo com fita adesiva. Contudo, será sempre conveniente levar posteriormente o gato ao veterinário.
O que é que os gatos têm em comum com os vulcanos? Pergunta estranha, pensam vocês. Talvez para a maioria. Mas se forem trekkies ou trekkers (para os que se ofendem facilmente com a designação anterior), como eu, vão chegar lá.
Nós, fans da série Star Trek, recordaremos certamente o episódio em que Mr. Spock (o famoso híbrido Vulcano/Humano, que começou por ser oficial de ciências, depois primeiro oficial e finalmente oficial comandante da nave Enterprise) arriscou ficar cego por ter sido exposto a uma imprevista e intensíssima luz que servia para eliminar um organismo alienígena. O enigmático cientista salvou-se da cegueira porque os seus olhos foram protegidos por uma terceira pálpebra.
Teriam os guionistas da série se inspirado nos gatos? É que se os observarmos a dormir, por vezes, quando mantêm a pálpebra principal ligeiramente elevada, podemos ver uma terceira pálpebra. Porque será que os gatos (tal como os vulcanos) possuem este elemento extra? Porque ao contrário de nós, os gatos não necessitam de fechar as pálpebras para humedecer os olhos. Trata-se de uma vantagem importante para, durante as caçadas, não perderem de vista as suas presas nem por um segundo. Assim, para assegurar a correta humidificação dos olhos, os gatos possuem uma "pálpebra nictitante" (do latim nictare que significa "piscar ou pestanejar"). Esta membrana retrátil de cor branca, situada no ângulo ocular lateral, produz uma película lacrimal que se distribui sobre toda a superfície da córnea, protegendo o globo ocular e facilitando a sua limpeza, ao remover os corpos estranhos, como poeiras por exemplo, que aí se tenham depositado.
Atenção: se esta pálpebra nictitante permanecer visível quando o vosso gato estiver desperto, com os olhos abertos, é melhor levá-lo ao veterinário. Pode ser indicador de um mal estar ou mesmo doença.
Voltamos a propor uma viagem na máquina do tempo para "espreitar" como era considerado o gato em outras culturas antigas. O gato era venerado de acordo com modalidades diversas, quer como animal dotado de poderes particulares, quer como símbolo de energias superiores. Em muitos casos, os grandes felinos, como os tigres, leões e panteras, conquistaram a mesma simbologia do gato doméstico, sendo equiparados a este último.
Desta vez vamos até à Índia. Na religião hinduista, Shashthi-Devi, adorada sobretudo em Bengala, é a sexta encarnação da Mãe Terra. Em sânscrito escreve-se षष्ठी que significa literalmente "seis". O seu nome é Deva Sena, consorte de Subramanya Swami (Kumaraswami). É a deusa da maternidade que protege a gravidez, o parto e as crianças. Acredita-se que ela está sempre detrás das crianças, tomando conta delas e ajudando-as a crescerem saudáveis e a terem longividade. Quem ler, escrever ou escutar as suas histórias será abençoado com crianças. É ainda a deusa da vegetação e reprodução. É representada como uma figura maternal, segurando uma ou mais crianças, e cavalgando um enorme gato que simboliza a proliferação.
Outra deusa adorada sobretudo em Bengala, é a deusa Durga. É representada com oito braços, carregando armas e assumindo mudras ou gestos simbólicos com as mãos. Cavalga o seu animal sagrado, o tigre (por vezes também o leão), que representa a energia criativa feminina. Em bengali Durga escreve-se দুর্গা e em sânscrito दुर्गा, significando literalmente "a inacessível" ou "a invencível". Também conhecida como Maa Durga ("Mãe Durga"), é uma forma de Devi, a "Mãe Divina", a deusa suprema. Assume igualmente outras formas como Parvati, a esposa de Shiva, e Kali, outra manifestação de Parvati. Nasceu por vontade de outros deuses, entre os quais Shiva, com a missão de combater o demónio Mahishasura, que não podia ser derrotado nem por homens nem por entidades celestiais. A deusa Durga, sendo uma mulher guerreira, conseguiu matá-lo com o seu tridente. Existe uma vasta literatura que narra a sua gesta.
Na Índia encontram-se ainda estátuas de gatos ascetas que representam a beatitude do mundo animal, e o gato é considerado igualmente o aspeto de Yogini Vidali. Vidal em sâncrito é um sinónimo de gato. Narasimha, quarta encarnação do deus Visnù, é representado com corpo humano e cabeça de leão. A sua tarefa era derrotar um demónio que não podia ser morto por um deus, um homem ou um animal. Narasimha, o "Homem Leão" não era nenhum deles mas possuia as três naturezas, pelo que foi capaz de triunfar sobre o demónio.
Foto do Cat Café de Fabiana Ribeiro, em Sorocaba, no Brasil.
Esta é uma ideia que pode começar a ter adeptos: praticar Yoga na presença dos nossos pequenos felinos. Não obstante a prática do Yoga requeira concentração. Pessoalmente, acho que dificilmente conseguiria estar concentrada sentindo amiguinhos peludos em meu redor. Passaria o tempo todo a querer tocá-los e dar-lhes mimos, mas é tudo uma questão de experimentar e habituar.
A verdade é que os gatos são mestres da flexibilidade e da serenidade que o Yoga, entre outras coisas, proporciona. Observá-los e procurar imitar os seus graciosos movimentos, sentir as suas vibrações positivas, traz com toda a certeza grandes benesses. Aliás, uma das asana mais populares no Yoga é precisamente a Marjariyasana, ou a posição do gato. Trata-se de uma combinação simples de exercícios, que ajuda a alongar as costas (aliviando dores), a fortalecer os músculos do abdómen e das costas, a aumentar a coordenação e a energizar o corpo. E os benefícios não se ficam por aí: estabiliza o sacro diminuindo as dores na região lombar; alonga a coluna vertebral, aumentando o seu tónus muscular; massaja e estimula os rins e o útero; tonifica a tiróide e paratiróide, é benéfica para os cardíacos e hipertensos; alivia o stress e acalma a mente, criando um equilíbrio emocional e diminuindo a fadiga física.
Inicia-se apoiando as mãos e os joelhos no chão. Posiciona-se os joelhos à altura das ancas e as mãos ligeiramente mais à frente do que os ombros, mantendo as palmas bem abertas, os dedos paralelos, e os dos pés virados para baixo. Com uma inspiração profunda, levanta-se lentamente o peito em direção ao teto, deixando a barriga pender para o chão. Pode-se olhar para a frente ou para o teto, mantendo os ombros para baixo. Com a expiração, alongar a coluna em direção ao teto, envolvendo ao mesmo tempo os músculos do abdómen para puxar a barriga para trás, e mergulhando a cabeça e queixo em direção ao peito. Permanecer, sentindo a expansão através das omoplatas. Repetir a sequência algumas vezes, concentrando na respiração: inspirar e expirar de forma lenta e fluida.
Outro amiguinho que encontro ocasionalmente quando vou para o Castelo de Leiria, o meu novo posto de trabalho: este lindo gato preto. Costumo comprimentá-lo quando tomo o caminho pela Rua Latino Coelho. Que benção!
Este é meu primeiro amiguinho gato, desde o meu regresso a Portugal. Apresento-vos o gato Tonecas. Adoptou-me há umas semanas. É um gato de rua que resolveu honrar-me com a sua presença regular durante algumas horas no pátio da casa onde habito atualmente.
Eis uma ideia para reaproveitamento de acessórios de mobiliário. Como este bloco de gavetas era complicado de montar, tomei a decisão de prescindir dele na respetiva secretária e transformá-lo na caminha do Tonecas. Ele agradeceu-me logo com umas marradinhas e ao que parece gosta de lá estar. Pelo menos fica mais abrigado: quando está sol goza o calorzinho na gaveta, quando faz frio ou chove pode recolher-se no compartimento interior.
Abriu ontem em Leiria uma nova loja de animais, ou Petshop como é mais fino designar. Trata-se da filial da "Goldpet", com sede na Caranguejeira (concelho de Leiria), situada no final da Rua Dr. Américo Cortêz Pinto.
Tendo passado por ali resolvi entrar, cheia de curiosidade para ver que género de artigos dispõe para os nossos amigos gatos. Achei a loja bonita e encontrei algumas coisas giras e diferentes em relação a outras lojas, o que significa mais escolha. Gostei particularmente de um comedouro em forma de peixe com duas tacinhas inox amovíveis que se encontrava exposto na montra.
Mas o que na realidade mais me encantou foi o magnífico exemplar de gato que estava tranquilamente refastelado numa das boxes. Era um gato adulto, enorme, um mix de British Shorthair e de Scottish Fold com um denso manto de pelagem cinza e olhos amarelos vibrantes. Não estava à venda, apenas pousava como star para atrair clientes na inauguração.
Se é algo que me incomoda é continuar-se a permitir que as petshops exponham e vendam animais em espaços reduzidos e nem sempre nas melhores condições (não era o caso da Goldpet mas já vi coisas absurdas). Bem sei que aquelas lojas específicas estão ali para lucrar com o comércio de animais, o que só por si já é complicado de aceitar: os animais são seres vivos, não mercadoria! Mas será que não poderia haver uma legislação e fiscalização mais apertada em relação a isso? Ou seja, as lojas para venderem animais deveriam ter determinadas dimensões, de maneira a que as boxes sejam grandes, disponham de boa climatização, de excelentes condições de higiene e de conforto para os bichinhos. Além disso, seria desejável que as lojas dessem alguma contrapartida social: ok vendem animais para lucro, mas porque não ajudarem igualmente de forma gratuita as associações de defesa dos animais nas campanhas de adoção de animais abandonados?
“Prevenir é melhor do que remediar”, diz o velho ditado, é sábio e aplica-se aos nossos hóspedes gatos. Vimos que em relação às plantas em casa é melhor não arriscar com algumas espécies. Com os alimentos a atenção deve ser igualmente redobrada. Existem alimentos que são absolutamente proibidos, pois os danos que provocam nos gatos são enormes, alguns são mesmo letais.
Vejamos quais os alimentos a evitar:
Alho – a alicina provoca a destruição dos glóbulos vermelhos, levando a anemia hemolítica, com sintomas como letargia, fraqueza, depressão, diarreia.
Batata crua – a solamina, provoca problemas no sistema nervoso e distúrbios gastrointestinais.
Café – a cafeína, se o consumo for excessivo, pode causar problemas hepáticos, coma e morte do animal.
Carne crua - pode conter bactérias como a Salmonella e a coli., muito nocivas para a saúde do animal.
Cebolas e cebolinho – contêm dissulfeto de alipropila que causa os efeitos descritos para o alho.
Chocolate – a treobomina pode causar, se o consumo for excessivo, problemas hepáticos, coma e morte do animal.
Fermento – provoca gases que podem causar dores e em casos graves até mesmo rutura do estômago ou intestino. Por conseguinte, nada de dar ao gato bolos e pão, e muito menos massa fermentada.
Fruta e suas sementes – a persina, substância que se encontra na polpa, na casca e no caroço do abacate, causa diarreia nos gatos; as cerejas, os citrinos e os diospiros podem causar vómitos e diarreia; as sementes provocam inflamação e obstrução intestinal.
Leite e derivados – muitos gatos são intolerantes à lactose. Pode provocar diarreia, problemas digestivos e pedras nos rins.
Nozes – provocam problemas gastrointestinais (vómitos e diarreia) e respiratórios (espirros e tosse).
Ossos e espinhas – podem causar laceração e obstrução do aparelho digestivo.
Ovos crus – a avidina inibe a formação da biotina e impede assim a absorção no instestino. Podem aparecer problemas dérmicos (na pele e pêlo), para além do risco de salmonelose.
Pastilhas elásticas – contêm xilitol, adoçante artificial, que causa graves problemas hepáticos.
Peixe cru – a tiaminase metaboliza a tiamina, o que leva a perda de apetite, convulsões e em casos graves, à morte.
Pipocas – podem provocar asfixia, e o sal pode causar desequilíbrios electrolíticos, o que dá origem a insuficiência renal.
Tomate – sobretudo o tomate-cereja causa problemas sérios gastrointestinais.
Uvas e passas – causam vómitos, diarreia, letargia, perda de apetite e insuficiência hepática e renal, e em casos sérios, levam à morte.
Não só não podemos dar ao gato lá de casa nenhum destes alimentos, como inclusivamente é preciso mantê-los afastados do seu alcance. Muita atenção aos armários mal fechados, ao balde do lixo, e aos alimentos guardados em sacos plásticos espalhados pela casa. Ele adora vasculhar em todos estes sítios.
Quem ama ter plantas em casa, mas hospeda um ou mais gatos, tem sempre em conta em primeiro lugar a segurança dos seus hóspedes felinos. Disso não tenho a menor dúvida. Por conseguinte, o que deve fazer é cultivar somente plantas que são seguras perante a curiosidade dos gatos. Sabendo que os gatos têm a tendência de cheirar e mordiscar aquilo que encontram no seu caminho, o melhor é mesmo não arriscar a aquisição de uma planta que seja tóxica para os peludinhos lá de casa.
As plantas mais seguras são as seguintes:
Nepeta cataria, conhecida como erva-gateira ou erva-dos-gatos (catnip em inglês), planta herbácea perene da família Lamiaceae, apresentando folhas e hastes cobertas de pelos esbranquiçados, e flores purpúreas ou brancas e com pontinhos vermelhos. É nativa da Europa e do sudoeste da Ásia Central. Possui óleos essenciais e ao tempo dos romanos era muito apreciada para chá. Os gatos são doidos por ela, pois produz um efeito excitante neles.
Existe ainda a erva para gatos que se pode adquirir nos supermercados e Pet Shops, mas que não tem nada a ver com a erva-gateira. No entanto, é muito útil para ajudar o animal a expulsar as bolas de pelo que se podem formar no seu aparelho digestivo e que lhe são prejudiciais.
Saintpaulia ou violeta-africana, pertencente à família Gesneriaceae, descoberta em 1862 na Tanzânia pelo barão Walter von Saint Paul Illaire. É óptima para dar um toque de cor à casa, mas se o gato comer uma flor não lhe acontece mal algum.
Viola tricolor ou amor-perfeito, planta rasteira bienal euroasiática, da família das Violaceae com flores que podem ser roxas, azuis, amarelas ou brancas. Possui propriedades medicinais para o tratamento da epilepsia, doenças pulmonares, doenças de pele e eczema.
Orchidaceae ou orquídeas, como são chamadas todas as plantas desta família, uma das maiores no mundo da botânica. Quase todas as variedades, incluíndo as exóticas, são seguras para os gatos, não sendo verdade que provocam alergias.
Já de excluir da nossa lista de plantas para a casa, pela sua toxicidade, encontram-se os narcisos, o aloe vera, as azáleas, as açucenas, os cíclames, os lírios, as tulipas, as hortências, os antúrios, as estrelas-do-natal, os jarros, as campainhas, as coroas-de-cristo, os ficus, as costelas-de-adão, as espadas-de-são-jorge, as comigo-ninguém-pode, as heras.
Se existir a suspeita de que o gato mordiscou ou ingeriu algum pedaço destas plantas, deve-se contactar imediatamente o Veterinário, que dará as corretas instruções até o gato chegar à clínica ou hospital veterinário. Nada de “remédios caseiros” que podem piorar a condição do animal, ao aumentar a absorção da substância tóxica.
O Japonese Bobtail é um gato apropriado para os humanos que buscam a felicidade. É compatível com todo o tipo de humanos, conseguindo fazer emergir o melhor das pessoas, como grande filósofo que é e vendo nelas sempre algo de positivo, mas dá-se particularmente bem com os otimistas, artistas e espiritualistas. Um "belezoca", com a sua cauda em forma de pom-pom, muito inteligente e com um caráter benévolo e muito sociável. No Japão é considerado um verdadeiro amuleto, trazendo alegria e prosperidade às casas de quem o acolhe com amor e respeito. Por conseguinte, empresta os seus dons às simpáticas estatuetas Maneki Neko, do gatinho sentado com uma patinha levantada que parece saudar ou chamar, atraindo a Fortuna, pelo que se encontram espalhadas em todos os restaurantes, lojas e casas japonesas (e agora também um pouco por todo o mundo).
Os Maneki Neko já durante a Dinastia Meiji, na segunda metade do século XIX, eram de tal modo populares ao ponto de serem vendidos fora dos templos. Existem mesmo três lendas ligadas à sua criação: uma delas refere que um homem muito famoso (um samurai, um nobre ou até mesmo o próprio imperador), ao passar por um gato que lhe acenava, desviou-se da estrada para observá-lo de perto, escapando assim de uma emboscada de malfeitores que queriam matá-lo. A segunda lenda conta que uma prostituta vivia com um gato, o qual uma noite impediu-a de exercer a sua prática, pelo que o proprietário do bordel decapitou o gato com uma espada mas que mesmo assim ferrou os dentes numa perigosa serpente, salvando a vida da sua humana. Um cliente, para consolar a rapariga, modelou em cerâmica um gato protetor, que desde então a avisou dos perigos que corria. A terceira lenda conta a história de uma velha viúva, que um dia se viu obrigada a vender o seu gato para mitigar a fome. O gato apareceu-lhe em sonho para saudá-la e a velha senhora plasmou no barro essa imagem do seu amado gato. Um dia um comerciante passou diante da sua casa e viu a estatueta, tendo encomendado outras semelhantes. Rapidamente a mulher ficou rica com a venda das estatuetas, tendo terminado os seus dias de forma muito confortável.
Embora japonês, o Bobtail provém originalmente da China, tendo sido levado para o Japão por volta do ano 1000. Os primeiros exemplares possuiam uma cauda muito curta, o que o tornou subitamente popular entre a nobreza, que os consideraram desde logo portadores de boa sorte. Segundo a mitologia nipónica, os demónios podiam transformar-se em gatos de cauda longa biforcada, sugando a energia vital dos humanos como se fossem vampiros. Esta crença levou, de facto, a muitos humanos cortarem a cauda aos seus companheiros gatos para evitar que estas se tornassem biforcadas, sinal de que se haviam transformado em demónios. Ora o Bobtail com a sua cauda naturalmente muito curta, não corria esse risco, razão pela qual se tornou muitíssimo apreciado, sendo imortalizado em diversas pinturas. A sua enorme fama contemporânea no Japão e no Ocidente deve-se a uma japonesa que tomava conta de gatos de rua, começando a escolher umas dúzias de gatos de cauda curta para iniciar uma seleção. Em 1968 enviou os primeiros exemplares a Elisabeth Freret, uma criadora norte-americana, do Maryland, e em breve muitos outros criadores americanos tornaram-se apaixonados pela raça, a qual foi reconhecida em 1976. Na Europa é ainda uma raça rara e cara.
O Bobtail é um gato de corpuratura média, com uma ótima musculatura que o torna mais pesado do que parece. As patas são longas e afuniladas, sendo as anteriores mais curtas do que as posteriores. Os pezinhos são ovais e pequeninos.Tem uma cabeça cuniforme, com grandes orelhas direitas e ponteagudas, nariz longo, olhos amendoados, grandes e muito expressivos. A cor dos olhos varia consoante a cor do manto de pêlos, muito subtis e macios, e que pode ser branco, preto, tartaruga, avermelhado e bicolor. Sendo uma raça natural, não são admitidos cruzamentos com outro tipo de gatos, afim de preservar a pureza genética.
Adora a companhia dos seus humanos, tolerando igualmente outros gatos ou até cães, que podem perfeitamente constituir os seus companheiros de brincadeira na ausência dos humanos. Responde quando o chamam, e o nome que lhe for atribuído deverá ser poético e encantador como o seu portador. Aprecia imenso a água, pelo que se houver um aquário, passará muito tempo a contemplar o movimento "Zen" dos seus habitantes. Embora se adapte à vida de casa gosta mais do ar livre, deste modo, um jardim com qualquer cerejeira será ideal. Cuidado com a sua linha: é um comilão. O peixe (em todas as formas) é o seu alimento favorito. Se só lhe derem ração também a comerá, desde que seja de ótima qualidade, mas ainda assim sob protesto. E com tons de voz tais que nos incutirão inevitavelmente sentimentos de culpa, somente exorcizados com uma ida à peixaria.
Há dois dias atrás o mundo comemorava o Dia Mundial do Gato. Todo o mundo menos eu, por incrível que pareça. Dia longo de duplo turno, e só vi gatos no ecrã do televisor da tasquinha onde me encontrava na minha pausa para jantar.
- “Ossos do ofício” - diz ela para se desculpar (pensam vocês).
A verdade é que para mim é difícil que passe um dia que não seja do gato. Ora vejo-os nos quintais, nas soleiras das portas, à janela das casas, nos azulejos ou pinturas das paredes, atravessando ruas, ora simplesmente percorrem os prados da minha imaginação. Realmente os gatos ocupam muitos dos meus dias, para não dizer todos. Até hoje ao pequeno almoço, bebia a minha cevada numa caneca com três esplêndidos gatos desenhados por uma criança que, como eu, sabe apreciar a estética felina.
A vida sem gatos? Com certeza continuaria a passar e nós teríamos outros seres onde investir a nossa paixão e entusiasmo, mas decisivamente, não seria a mesma coisa…
Caros amigos, saudo-vos pela primeira vez neste novo ano, após mais uma ausência prolongada. Desta vez justificada com mudanças a nível pessoal e profissional. Depois de uma maravilhosa experiência na Bella Italia, ei-me de regresso à Pátria natal. Deixei na Pátria adoptiva não apenas metade do meu coração, parentes e amigos queridos, mas tantos gatos que fizeram parte dos meus últimos quatro anos de vida e de quem sou já muito saudosa.
Agora, há que olhar em frente e prosseguir viagem. É a vez de estar recetiva a novos encontros, desafios e vivências com os nossos pequenos felinos nacionais. O Velho Gato Sábio está de volta! A quem me tem honrado com a sua visita e participação, desde o início desta aventura gatófila, o meu muito obrigada. Espero continuar a merecer a vossa atenção.
Desejo a todos um fantástico 2017, com tudo de bom, e sempre beneficiários do privilégio da presença graciosa e benigna dos nossos amigos gatos.
Feliz Natal para todos os Animais da Terra e para a Família Humana, e muito especialmente para todos os nossos amados Gatos espalhados pelos quatro cantinhos do nosso Mundo.
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