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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

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Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Gatolices?!

Silvestro.jpg

  

Humana Bé: Tobias, satisfaz-me cá uma curiosidade.

Tobias: De que se trata?

Humana Bé: De mais uma das vossas “estranhezas”, que sempre me intrigou. Repesquei agorinha mesmo na memória, este episódio engraçado. Em tempos que já lá vão, quando ainda vivia com minha mãe, o Nokas fazia-nos companhia. Era um gatarrão preto e branco, assim como tu.

Tobias: Ai sim? E então, o que aconteceu com o Nokas?

Humana Bé: Nos dias invernosos, nada me consolava mais do que chegar a casa, enregelada e cansada de mais uma jornada lavorativa, e encontrar a lareira acesa. Naquela época, essa bendita lareira na salinha de estar e os tradicionais sacos de água quente nas nossas camas, eram praticamente os únicos sistemas de aquecimento que possuíamos naquela velha e fria casa. Não admira que nem quiséssemos jantar na mesa da cozinha como habitualmente. Levávamos para a sala os pratos num tabuleiro e, assim aconchegadas num ambiente quentinho, saboreávamos melhor a sopa de coentros, enquanto víamos o telejornal e a novela da noite. O Nokas também não arredava o pé dali. Permanecia longas horas, todo enroscadinho no sofá ou à beira do lume, quase sem se mexer.

Tobias: Um belo quadro de família. Mas ainda não percebi nada de estranho nesta história. Nós, gatos, somos muito borralheiros. E daí?

Humana Bé: Calma, ainda não cheguei ao âmago da questão. É que os nossos pacíficos serões eram por vezes interrompidos abruptamente pelo Nokas. De repente acordava, e como que impulsionado por uma mola invisível, soltava um miado esquisito, dava um salto acrobático por sobre as costas do sofá e desatava a correr velozmente pela casa com as orelhas voltadas para trás e com a cauda eriçada. Parecia tolinho! Depois, regressava todo tranquilo ao sofá, e recomeçava a dormir como se nada fosse.

Tobias: Ahahaha, imagino o vosso espanto.

Humana Bé: Claro que, depois de nos refazermos do susto, desatávamos a rir pois tinha imensa piada. Sei que não era só o Nokas, alguns amigos comentavam que os seus companheiros gatos faziam algo semelhante. Podes-me explicar porque é que os gatos se comportam desta maneira?

Tobias: Nem todos os nossos comportamentos são “gatolices”. De facto, a maioria tem explicações bem lógicas se os analisarmos à lupa. A vossa Ciência diz que estes acessos de “folia” temporária, manifestam-se quase sempre em nós, gatos domésticos, e por uma razão muito simples. Vivendo num ambiente fechado, protegido, seguro e tranquilo, como aquele de vossas casas, a nossa energia não é muito utilizada. Por conseguinte, devemos libertar a energia acumulada. Como o fazemos? Simulando um episódio intenso de caça. Os nossos instintos naturais, mesmo não tendo necessidade de procurar presas para nos alimentarmos, estão sempre ligados.

Humana Bé: Realmente é simples de entender. Nós humanos, o que devemos fazer quando vocês “abrem as comportas” desse modo... digamos... mais entusiasta?

Tobias: Basta que noutras alturas, e sempre que possam, intensifiquem os jogos connosco, pois deste modo também gastamos energia. Entretanto, sempre que nos der aquela veneta, não fiquem preocupados e não liguem. De resto, só dura alguns minutos.

 

Texto e imagem de Isabel Brás ©2015

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