Pode-se Treinar um Gato?
Como referimos anteriormente, é importante dar a entender ao nosso novo “hóspede”, logo desde o início, que existem regras lá em casa que também ele deverá respeitar. Sobretudo no que se refere às suas necessidades fisiológicas, o melhor é não perder tempo e começar desde logo a treiná-lo para ele utilizar sempre a sua “toilette” que lhe colocámos à disposição. Dentro dos possíveis, quer a alimentação, quer a higiene deverão ocorrer em determinados momentos do dia. Os gatos são animais de hábitos, pelo que ajudar o nosso amiguinho a estabelecer uma boa rotina, pode trazer não apenas benefícios e tranquilidade para o gato, mas também para nós.
É igualmente possível treiná-lo para reconhecer a nossa voz quando o chamamos. Isto pode revelar-se útil em caso de um eventual perigo. Não são raros os casos de gatos que se salvaram de situações perigosas graças aos seus humanos os terem chamado atempadamente. Podemos começar por chamá-lo sempre pelo mesmo nome que lhe atribuímos, especialmente às horas da papa, persistentemente durante um certo tempo. Tal geralmente costuma resultar.
O treino “pela negativa” é outra opção, nos casos em que o gato mostre tendência para morder ou saltar em cima das visitas. Dizer-lhe um resoluto “Não!” a cada tentativa sua poderá dissuadi-lo. Porém, nada de enxotá-lo, pois é bem provável que se convença de que estamos a brincar com ele e sentir-se-á encorajado a continuar “o jogo”.
Os maiores estragos que um gato pode fazer quando está fechado em casa é afiar as unhas nos sofás e outras mobílias e trepar pelos cortinados. Certos revestimentos, como o veludo e o couro parecem-lhe óptimos para arranhar. Por conseguinte, especialmente se não é autorizado a sair de casa, é conveniente desde cedo habituá-lo a afiar as suas unhas num objecto apropriado. Existem inúmeros arrranhadores concebidos para esse fim, à venda nas lojas de produtos para animais. Em alternativa, podemos nós próprios construir um, usando uma tábua de madeira com 30 a 60 cm de largura, que afixaremos verticalmente numa parede, revestindo-a com sisal, cortiça ou um outro material, desde que seja rígido e atóxico. Se ele puder sair de casa em segurança, e ainda por cima tivermos um jardim, será maravilhoso para ele afiar e desgastar as unhas nas árvores.
Pode revelar-se difícil treinar um gato, sem dúvida. Diferentemente do cão que procura sempre agradar o seu humano (que identifica como o “líder da matilha”), por exemplo, trazendo-lhe o jornal e os chinelos, ou acompanhando-o todo contente nas passeatas, o gato não está minimamente interessado em gratificar o seu humano, porque o vê como um igual, uma espécie de gato gigante. E depois, já sabemos que o gato faz somente o que quer e quando quer. Ponto final. Contudo, treiná-lo não é inteiramente impossível. Com uma boa dose de paciência e perseverança, poderemos empenharmo-nos num treino contínuo e amoroso, que ao fim de algum tempo dará os seus frutos, e certamente criará um relacionamento equilibrado e muito satisfatório com o nosso querido companheiro de quatro patas.
Texto e imagem ©Isabel Brás 2015 |