Sonhos de gato
Os gatos são sempre extra fofos em qualquer altura e situação. Mas quando observo a Oli a dormir, fico particularmente embevecida. E depois questiono-me: os gatos sonham? E se sonham, sonham com o quê? Talvez sonhem que estão a caçar e a explorar a savana dos seus antepassados africanos?
Em 1959, Michel Jouvet, um médico francês, professor de medicina experimental na Universidade de Lyon, demonstrou que os gatos sonham durante a fase REM do sono, tal como nós humanos. REM significa Rapid Eye Movement, porque naquele momento do sono os olhos movimentam-se ao acaso e de forma rápida. Nesta fase, os músculos ficam paralisados como forma de proteção que o cérebro coloca em ação, para evitar que durante o sono nos mexamos sem nos aperceber e possamos cair e magoar-nos.
Descubro facilmente quando a Oli se encontra na terra dos sonhos pelos micro-movimentos que faz, nomeadamente os seus bigodes tremem, as suas patitas dão pequenos estremeções e a ponta da sua cauda agita-se subitamente. Por vezes emite mesmo uns barulhinhos estranhos. Em nós a fase REM dura cerca de quinze minutos, ocupando 20% do tempo do nosso sono. Nos gatos dura cerca de cinco minutos, ocupando 60% do seu sono, alternando-se com momentos menos profundos, nos quais o cérebro fica em stand-by e, por conseguinte, ao menor estímulo externo o gato está pronto a acordar e “atacar”.
Já em 1871, o famoso naturalista Charles Darwin afirmava que os animais provavelmente têm uma consciência porque, inequivocamente, possuem a capacidade de sonhar. De facto, as imagens oníricas fazem parte de um complexo mecanismo cerebral que implica memórias e sensações que somente um ser consciente pode ter.
Tomem lá, gente que julga que os animais são “coisas”! Nós, os “fans” dos pequenos felinos, nunca tivemos qualquer restício de dúvida de que os nossos amigos gatos são seres superiores…