Amo acariciar os gatos
Acariciar um gato, para mim, é muitíssimo prazeiroso. É mesmo um prazer sem ponta de culpa. Para além do facto de poder ter um efeito calmante, contribuindo inclusivamente para me baixar a tensão arterial, amo sentir o seu pêlo macio e sedoso sob os meus dedos. E depois, se o gato alinha, é maravilhoso observar o meu amigo peludo que está igualmente a gostar do contacto. Ouvir o seu ronronar satisfeito é reconfortante e divertido.
Contudo, já me aconteceu após uns momentos amistosos, o gato começar a enervar-se e a mostrar os primeiros sinais de aviso: move a cauda nervosamente, as pupilas dilatam-se, abaixa as orelhas, e até bufa ou emite outros sons ameaçadores. Tipo, “Humana, estás a começar a abusar, se não páras... mordo-te! Fiquei perplexa! Porquê esta mudança repentina de comportamento?
A Ciência explica que, em primeiro lugar, os gatos adoram ser acariciados mas apenas onde, como e quando eles decidem. Em segundo lugar, a sua pele é muito sensível. De facto, os seus receptores do tacto situados sob a pele, e que lhes permitem sentir a temperatura, a pressão e as vibrações, encontram-se distribuídos por todo o corpo. Cada vez que lhes chega um estímulo, os receptores transmitem um sinal eléctrico à espinha dorsal e depois ao cérebro, através dos nervos a que estão ligados. Cada pêlo mergulha a sua raíz num folículo piloso que contem a extremidade de um nervo, e que se “acende” como uma lampadinha, cada vez que o pêlo se move.
Ora, considerando que em cada milímetro quadrado do corpo podem existir até 200 pêlos, não admira que se acariciarmos os gatos durante um certo tempo, eles comecem a sentir irritação. Claro, que cada gato tem o seu tempo de tolerância e os seus gostos em termos de carícias. Alguns, por exemplo, não gostam de ser acariciados ao longo da espinha dorsal. Neste caso, é conveniente procurarmos outras zonas que lhe agradem, como debaixo do queixo ou detrás das orelhas. Isto, se não quisermos experimentar uma merecida mordidela ou arranhadela.
Texto e imagem de Isabel Brás ©2015 |