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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

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Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Gatos Legionários na Roma Antiga

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 Mosaico romano com a representação de um gato

 

A minha gata de pêlo comprido e de olhos amarelos, a mais íntima amiga da minha velhice, cujo amor por mim é vazio de pensamentos possessivos, não aceita obrigações mais do o devido [...]. Meu par, assim como é par dos deuses, não me teme e não se irrita comigo, não me pede mais daquilo que sou feliz de dar [...]. Como é delicada e refinada a sua beleza, como é nobre e independente o seu espírito; como extraordinária é a sua habilidade de combinar a liberdade com uma dependência restritiva.

 

Este é um dos mais interessantes elogios que alguma vez li sobre um gato. Quem o escreveu foi o Imperador Octaviano Augusto, no ano 10 a. C., nas suas memórias. O que me impressionou foi o facto de Augusto compreender e exaltar a capacidade dos gatos em conciliar a sua convivência com os humanos (o que os torna dependentes, mas só relativamente), com a sua natureza livre.

 

Segundo também nos relata o naturalista romano Plínio, o gato era muito apreciado precisamente pelo seu espírito independente. Os romanos deixaram-se cativar, não somente pela beleza e elegância do gato (e por isso ele está bem representado nos frescos e nos mosaicos romanos), passando naturalmente pelos seus dotes de caçador, como o consideravam mesmo um símbolo da Liberdade. Por conseguinte, a deusa romana Libertas aparece com um gato aos seus pés. Outro facto curioso é que entre os estandartes de algumas das legiões romanas, encontrava-se a éfige de um gato.

 

Reza a lenda que foi Taras, o fundador de Taranto e filho do deus do mar Poseidon, quem levou do Egito alguns gatos para Roma, que rapidamente se foram difundindo pela Itália. Eram protegidos pela deusa Diana, filha de Júpiter e Latona e irmã gêmea de Febo. Uma das divindades femininas mais importantes da mitologia romana, era a protetora dos animais selvagens e domésticos, dos bosques e das fontes. Era ainda a deusa da caça e da Lua, correspondendo à deusa grega Artemisa, e muito evocada pelas mulheres para proteção durante a gravidez e o parto. Aos gatos, Diana concedeu poderes mágicos. Acreditava-se particularmente que os gatos pretos favorecessem as colheitas, pelo que quando algum deles morria era cremado e as suas cinzas espalhadas pelos campos.

 

E assim chegámos ao fim da primeira parte do nosso périplo pela história das origens da aliança entre os gatos e os homens. Podemos então regressar tranquilamente ao segundo milénio da nossa era, para continuar a observar e a dissertar sobre o nosso quotidiano povoado de traquinices e doçuras dos caros amigos gatos.

 

Gatos marinheiros na Grécia antiga

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Posseguimos a nossa “viagem com a máquina do tempo”, com o intuito de procurar compreender  um pouco melhor as origens do nosso enorme fascínio pelos gatos. Desta vez faremos uma breve paragem na Grécia Antiga, o berço da nossa civilização ocidental.

 

Também ali os gatos foram reconhecidos como seres especiais, portadores de boa sorte. Sobretudo a partir do século VIII a.C., os gatos passaram a fazer parte da tripulação dos navios gregos que cruzavam o mar com a missão de fundarem colónias na Itália e na Espanha, entre outras paragens mediterrânicas. Os gatos eram muito populares entre os marinheiros, os quais acreditavam que, por se encontrarem ligados às divindades atmosféricas, possuiam poderes mágicos capazes de manter afastadas as tempestades e de atrair os bons ventos. Além disso, caçavam os ratos que poderiam subtrair e causar danos nos mantimentos. Deste modo, os gatos davam-se muito bem a bordo, por quanto eram tratados com amor e respeito. E não apenas nos navios. Em Atenas, por exemplo, seriam numerosas as casas que albergavam gatos, considerados amigos dos proprietários.

 

A mitologia grega presta-lhes a devida honra, associando-os a Artemisa, a deusa da Lua, da caça e dos animais. Possuia o poder de se transformar num gato, ou de entrar no seu corpo. Será por isso que os gatos têm uma relação especial com a Lua? Eram igualmente considerados um símbolo de sabedoria, tendo por isso caído nas boas graças de Atena, a deusa que presidia à sabedoria, civilização, guerra e estratégia de guerra, artes, justiça e habilidades.

 

A destoar esta elevada reputação, encontramos nas fábulas de Esopo o gato retratado como um animal astuto que não olha a meios para atingir os seus fins. Porém, felizmente que nesta vida a medalha apresenta sempre duas faces, e podemos escolher aquela em que apostamos a alma e o coração. Assim, em vez de seguir os ecos negativos, insensatos e infundados, na maioria dos casos os antigos gregos preferiram ver nos amigos gatos forças superiores. Isso rendeu certamente a sua vida naqueles tempos passados numa aventura feliz com os seres humanos.

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Associazione Gatti d'Italia