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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

Caríssimos amigos gatófilos e demais visitantes

Deixem aqui os vossos comentários, enviem "coisas de gatos" para o nosso e-mail: velhogatosabio@gmail.com e espreitem a página VGS no Facebook: Isabel Santos Brás (Velho Gato Sábio). Obrigada pela vossa visita. Voltem sempre!

Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Sonhos de gato

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Os gatos são sempre extra fofos em qualquer altura e situação. Mas quando observo a Oli a dormir, fico particularmente embevecida. E depois questiono-me: os gatos sonham? E se sonham, sonham com o quê? Talvez sonhem que estão a caçar e a explorar a savana dos seus antepassados africanos?

 

Em 1959, Michel Jouvet, um médico francês, professor de medicina experimental na Universidade de Lyon, demonstrou que os gatos sonham durante a fase REM do sono, tal como nós humanos. REM significa Rapid Eye Movement, porque naquele momento do sono os olhos movimentam-se ao acaso e de forma rápida. Nesta fase, os músculos ficam paralisados como forma de proteção que o cérebro coloca em ação, para evitar que durante o sono nos mexamos sem nos aperceber e possamos cair e magoar-nos.

 

Descubro facilmente quando a Oli se encontra na terra dos sonhos pelos micro-movimentos que faz, nomeadamente os seus bigodes tremem, as suas patitas dão pequenos estremeções e a ponta da sua cauda agita-se subitamente. Por vezes emite mesmo uns barulhinhos estranhos. Em nós a fase REM dura cerca de quinze minutos, ocupando 20% do tempo do nosso sono. Nos gatos dura cerca de cinco minutos, ocupando 60% do seu sono, alternando-se com momentos menos profundos, nos quais o cérebro fica em stand-by e, por conseguinte, ao menor estímulo externo o gato está pronto a acordar e “atacar”.

 

Já em 1871, o famoso naturalista Charles Darwin afirmava que os animais provavelmente têm uma consciência porque, inequivocamente, possuem a capacidade de sonhar. De facto, as imagens oníricas fazem parte de um complexo mecanismo cerebral que implica memórias e sensações que somente um ser consciente pode ter.

 

Tomem lá, gente que julga que os animais são “coisas”! Nós, os “fans” dos pequenos felinos, nunca tivemos qualquer restício de dúvida de que os nossos amigos gatos são seres superiores…

 

A terceira pálpebra dos gatos

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    Foto Freepik

 

O que é que os gatos têm em comum com os vulcanos? Pergunta estranha, pensam vocês. Talvez para a maioria. Mas se forem trekkies ou trekkers (para os que se ofendem facilmente com a designação anterior), como eu, vão chegar lá.

 

Nós, fans da série Star Trek, recordaremos certamente o episódio em que Mr. Spock (o famoso híbrido Vulcano/Humano, que começou por ser oficial de ciências, depois primeiro oficial e finalmente oficial comandante da nave Enterprise) arriscou ficar cego por ter sido exposto a uma imprevista e intensíssima luz que servia para eliminar um organismo alienígena. O enigmático cientista salvou-se da cegueira porque os seus olhos foram protegidos por uma terceira pálpebra.

 

Teriam os guionistas da série se inspirado nos gatos? É que se os observarmos a dormir, por vezes, quando mantêm a pálpebra principal ligeiramente elevada, podemos ver uma terceira pálpebra. Porque será que os gatos (tal como os vulcanos) possuem este elemento extra? Porque ao contrário de nós, os gatos não necessitam de fechar as pálpebras para humedecer os olhos. Trata-se de uma vantagem importante para, durante as caçadas, não perderem de vista as suas presas nem por um segundo. Assim, para assegurar a correta humidificação dos olhos, os gatos possuem uma "pálpebra nictitante" (do latim nictare que significa "piscar ou pestanejar"). Esta membrana retrátil de cor branca, situada no ângulo ocular lateral, produz uma película lacrimal que se distribui sobre toda a superfície da córnea, protegendo o globo ocular e facilitando a sua limpeza, ao remover os corpos estranhos, como poeiras por exemplo, que aí se tenham depositado.

 

Atenção: se esta pálpebra nictitante permanecer visível quando o vosso gato estiver desperto, com os olhos abertos, é melhor levá-lo ao veterinário. Pode ser indicador de um mal estar ou mesmo doença.

 

Os gatos de Lao-Tsun

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Eis mais uma lenda associada aos gatos. Na antiga Birmânia, atual Myanmar, uma lenda conta que há muitos séculos atrás o Templo de Lao-Tsun era guardado por gatos brancos. Este templo dedicado à deusa Tsuyn-Kyan-Kse e situado nas proximidades do Lago Incaougji, tinha naquele tempo como sumo sacerdote Mun-Ha. Entre os gatos guardiões do templo, Sinh era o preferido de Mun-Ha, que o consultava como oráculo antes de tomar qualquer decisão. Sinh, com o seu manto completamente branco e olhos dourados, estava sempre com Mun-Ha, contemplando juntos a deusa, a qual era representada por uma estátua de ouro com olhos de safira. A deusa tinha o poder de conceder ao homem a transferência para o corpo de um animal sagrado antes de atingir a perfeição.

 

Uma noite, o templo foi assaltado por invasores e o sumo sacerdote foi assassinado. O gato Sinh saltou imediatamente para cima do corpo de Mun-Ha e fixou o olhar na estátua da deusa, pelo que naquele instante a alma de Mun-Ha transferiu-se para o gato. Imediatamente os olhos de Sinh tornaram-se azuis como os da deusa, e o seu pêlo ficou com  reflexos dourados enquanto que as patas tornaram-se castanhas, à exceção das pontas que permaneceram brancas porque estavam em contato com a pureza dos restos mortais do sacerdote. Sinh fixou então o olhar para a porta sul com expressão autoritária, pelo que os outros sacerdotes compreenderam que lhes estava a dar ordem de a fecharem para impedir que os saqueadores invadissem todo o templo.

 

Após sete dias da morte de Mun-Ha, Sihn morreu igualmente. Quando os sacerdotes se reuniram junto da estátua da deusa para escolher o sucessor de Mun-Ha, ficaram surpreendidos com a entrada de todos os outros gatos guardiões em procissão: cada um deles tinha-se transformado como Sinh, com os olhos azuis, o pêlo com reflexos dourados, as patas castanhas com a ponta branca.

 

Esta é a lenda que conta uma das versões da origem da famosa raça dos Gatos Sagrados da Birmânia, de que falaremos em próxima edição.

 

Os gatos conseguem tudo o que querem

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É espantoso o que hoje em dia os cientistas conseguem descobrir com as suas investigações e experiências. Para compreender um pouco melhor aquela intrigante “mania” dos gatos saberem exatamente como obter o que querem dos seus humanos, vejamos o que revelou um estudo científico conduzido pela investigadora Karen McComb da Universidade do Sussex, na Inglaterra, publicado no “Current Biology”.

 

Inspirada pelo seu gato Pepo, a Dra. McComb pediu a diversos humanos que gravassem os miados dos seus gatos, e depois de analisar os sons dos pequenos felinos chegou à conclusão de que os gatos emitem os seus miados agudos entre os 220 e os 520 hertz de frequência, semelhante aos bebés quando choram, os quais usam uma frequência entre os 300 e os 600 hertz. Ora  os humanos adultos têm dificuldade em ignorar o choro dos bebés. Assim, os gatos aprenderam a usar contemporaneamente dois mecanismos diferentes para misturar os “ronrons” e os miados quando querem pedir alguma coisa, sobretudo comida: os primeiros são emitidos a baixa frequência, que é mais agradável e relaxante, e os segundos mais insistentes, através das vibrações das suas cordas vocais.  

Outra coisa que eles conseguiram aprender foi direcionar o nosso comportamento para lhes satisfazer as vontades, utilizando “técnicas” como aquela de se esfregarem e passarem por entre as nossas pernas enquanto nós caminhamos. Muito espertos, estes gatos. Deste modo, nós somos “obrigados” a parar e a prestar-lhes atenção.

 

Quando um jornalista da BBC perguntou em entrevista à Dra. McComb como se sentia depois de saber que o seu gato a tinha “manipulado” todos estes anos, a cientista respondeu que o seu gato Pepo lhe tinha permitido publicar um estudo numa revista prestigiosa, por conseguinte estava “perdoado”. E nós, não é que não fazemos o mesmo? A um miado insistente não perdoamos logo a maçada e damos ao nosso gato o que ele quer?

E o Gato Ficou de Fora...

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Independentemente de acreditarmos ou não na astrologia, algumas histórias não deixam de ser interessantes. Por exemplo, no que se refere ao Horóscopo Chinês cujos signos se baseiam em animais (este ano de 2015 é o ano da Cabra), porque é que o nosso amigo gato ficou de fora?

 

Reza a lenda que Buda convocara todos os animais para a festa de Ano Novo, mas apenas doze compareceram. Por conseguinte, como presente, foi-lhes atribuido um ano de acordo com a sua ordem de chegada: o Rato, o Boi, o Tigre, o Coelho, o Dragão, a Serpente, o Cavalo, a Cabra, o Galo, o Macaco, o Cão e o Porco. Cada animal fez um juramento de, cada um por sua vez, andar pelo mundo um dia e uma noite pregando, enquanto os outros praticam o bem em silêncio, garantindo com o seu trabalho o equilíbrio universal.

 

O Gato queria responder à convocação de Buda. Assim, combinou com o seu amigo Rato na véspera, que na manhã seguinte o primeiro a acordar chamava o outro. Porém, o Rato quando acordou já era tarde e correu para a festa, esquecendo-se de acordar o Gato. Deste modo, o Gato chegou atrasado, e não pôde ser escolhido para o horóscopo chinês, pois em seu lugar Buda escolhera já o Coelho.

 

Será por este motivo que o Gato, tendo-se sentido traído pelo Rato, quebrou a amizade que os unia e até hoje não pode ver um deles sem o perseguir. Para recuperar a dignidade perdida, o Gato passou a dedicar-se aos seres humanos, tornando-se um excelente companheiro, trazendo-lhes boas energias que favorecem até os negócios, e afastando as más energias dos seus lares.

 

Texto ©Isabel Brás 2015

Imagem retirada da web (etiquetada para reutilização)

 

Gatolices?!

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Humana Bé: Tobias, satisfaz-me cá uma curiosidade.

Tobias: De que se trata?

Humana Bé: De mais uma das vossas “estranhezas”, que sempre me intrigou. Repesquei agorinha mesmo na memória, este episódio engraçado. Em tempos que já lá vão, quando ainda vivia com minha mãe, o Nokas fazia-nos companhia. Era um gatarrão preto e branco, assim como tu.

Tobias: Ai sim? E então, o que aconteceu com o Nokas?

Humana Bé: Nos dias invernosos, nada me consolava mais do que chegar a casa, enregelada e cansada de mais uma jornada lavorativa, e encontrar a lareira acesa. Naquela época, essa bendita lareira na salinha de estar e os tradicionais sacos de água quente nas nossas camas, eram praticamente os únicos sistemas de aquecimento que possuíamos naquela velha e fria casa. Não admira que nem quiséssemos jantar na mesa da cozinha como habitualmente. Levávamos para a sala os pratos num tabuleiro e, assim aconchegadas num ambiente quentinho, saboreávamos melhor a sopa de coentros, enquanto víamos o telejornal e a novela da noite. O Nokas também não arredava o pé dali. Permanecia longas horas, todo enroscadinho no sofá ou à beira do lume, quase sem se mexer.

Tobias: Um belo quadro de família. Mas ainda não percebi nada de estranho nesta história. Nós, gatos, somos muito borralheiros. E daí?

Humana Bé: Calma, ainda não cheguei ao âmago da questão. É que os nossos pacíficos serões eram por vezes interrompidos abruptamente pelo Nokas. De repente acordava, e como que impulsionado por uma mola invisível, soltava um miado esquisito, dava um salto acrobático por sobre as costas do sofá e desatava a correr velozmente pela casa com as orelhas voltadas para trás e com a cauda eriçada. Parecia tolinho! Depois, regressava todo tranquilo ao sofá, e recomeçava a dormir como se nada fosse.

Tobias: Ahahaha, imagino o vosso espanto.

Humana Bé: Claro que, depois de nos refazermos do susto, desatávamos a rir pois tinha imensa piada. Sei que não era só o Nokas, alguns amigos comentavam que os seus companheiros gatos faziam algo semelhante. Podes-me explicar porque é que os gatos se comportam desta maneira?

Tobias: Nem todos os nossos comportamentos são “gatolices”. De facto, a maioria tem explicações bem lógicas se os analisarmos à lupa. A vossa Ciência diz que estes acessos de “folia” temporária, manifestam-se quase sempre em nós, gatos domésticos, e por uma razão muito simples. Vivendo num ambiente fechado, protegido, seguro e tranquilo, como aquele de vossas casas, a nossa energia não é muito utilizada. Por conseguinte, devemos libertar a energia acumulada. Como o fazemos? Simulando um episódio intenso de caça. Os nossos instintos naturais, mesmo não tendo necessidade de procurar presas para nos alimentarmos, estão sempre ligados.

Humana Bé: Realmente é simples de entender. Nós humanos, o que devemos fazer quando vocês “abrem as comportas” desse modo... digamos... mais entusiasta?

Tobias: Basta que noutras alturas, e sempre que possam, intensifiquem os jogos connosco, pois deste modo também gastamos energia. Entretanto, sempre que nos der aquela veneta, não fiquem preocupados e não liguem. De resto, só dura alguns minutos.

 

Texto e imagem de Isabel Brás ©2015

Amo acariciar os gatos

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Acariciar um gato, para mim, é muitíssimo prazeiroso. É mesmo um prazer sem ponta de culpa. Para além do facto de poder ter um efeito calmante, contribuindo inclusivamente para me baixar a tensão arterial, amo sentir o seu pêlo macio e sedoso sob os meus dedos. E depois, se o gato alinha, é maravilhoso observar o meu amigo peludo que está igualmente a gostar do contacto. Ouvir o seu ronronar satisfeito é reconfortante e divertido.

 

Contudo, já me aconteceu após uns momentos amistosos, o gato começar a enervar-se e a mostrar os primeiros sinais de aviso: move a cauda nervosamente, as pupilas dilatam-se, abaixa as orelhas, e até bufa ou emite outros sons ameaçadores. Tipo, “Humana, estás a começar a abusar, se não páras... mordo-te! Fiquei perplexa! Porquê esta mudança repentina de comportamento?

 

A Ciência explica que, em primeiro lugar, os gatos adoram ser acariciados mas apenas onde, como e quando eles decidem. Em segundo lugar, a sua pele é muito sensível. De facto, os seus receptores do tacto situados sob a pele, e que lhes permitem sentir a temperatura, a pressão e as vibrações, encontram-se distribuídos por todo o corpo. Cada vez que lhes chega um estímulo, os receptores transmitem um sinal eléctrico à espinha dorsal e depois ao cérebro, através dos nervos a que estão ligados. Cada pêlo mergulha a sua raíz num folículo piloso que contem a extremidade de um nervo, e que se “acende” como uma lampadinha, cada vez que o pêlo se move.

 

Ora, considerando que em cada milímetro quadrado do corpo podem existir até 200 pêlos, não admira que se acariciarmos os gatos durante um certo tempo, eles comecem a sentir irritação. Claro, que cada gato tem o seu tempo de tolerância e os seus gostos em termos de carícias. Alguns, por exemplo, não gostam de ser acariciados ao longo da espinha dorsal. Neste caso, é conveniente procurarmos outras zonas que lhe agradem, como debaixo do queixo ou detrás das orelhas. Isto, se não quisermos experimentar uma merecida mordidela ou arranhadela.

 

Texto e imagem de Isabel Brás ©2015

 

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