O gato Giò de Helen Brown
“Quando não sabes o que fazer, pergunta a um gato.” Assim vem escrito na capa do livro Giò na versão italiana, e cujo título original é Cats and Daughters. Mais um livro sobre gatos que se encontra atualmente na minha mesinha de cabeceira. Seguramente o meu argumento preferido de leitura, a par dos romances policiais escandinavos de quem ultimamente me tenho tornado entusiasta seguidora.
Helen Brown, a autora do livro, é uma jornalista e escritora neozelandesa que vive em Melbourne com a sua família, incluindo o gato Jonah (Giò). Nesta história conta-nos em primeira pessoa a sua experiência com um lindo gato siamês (alguém sugere a certa altura de que é mais uma mistura entre um siamês e um burmês) de olhos azuis que se torna um seu “maestro”, ensinando-lhe imensas coisas sobre a liberdade e sobre as relações entre mães e filhas.
Após a morte da sua anterior companheira gata, Cleo, que ajudara a família num doloroso período de perda do seu primogénito Sam, Helen havia jurado de nunca mais ter um felino lá em casa. Regra número um: jamais jurar de não voltar a ter um gato em casa. Quiçá enviado por Cleo, Giò surge na vida desta família num novo momento complicato. Helen tem de enfrentar contemporaneamente a organização do casamento do seu filho Rob, problemas graves de saúde e a decisão de uma das filhas, Lydia, de ir para um mosteiro budista no Sri Lanka em plena guerra civil. Não obstante o seu feitiozinho impertinente, irrequieto e as suas estranhezas, o novo gato parece continuar o “trabalho” de proteção e de ensinamentos de Cleo (e cujo livro que Helen escreve sobre ela se torna num Bestseller internacional), guiando Helen através das obscuras águas da incerteza.
Um livro belíssimo e muito tocante, que acima de tudo coloca em evidência o poder dos gatos de curarem os humanos das suas tristezas. Outro livro que recomendo vivamente. Boas leituras.