Gatos anciãos
- Olá Tobias. Há muito tempo que não vinhas conversar connosco!
- Olá Humana Bé. É verdade, há imenso tempo que não passava por aqui. Mas sabes que nos últimos meses não me tenho sentido muito bem.
- Pobre Tobias! Realmente tens andado um bocado aflito com os dentes e já não tens aquele apetite de outrora.
- Não são somente vocês, humanos, que com o avançar da idade começam a sofrer alterações físicas. Costuma-se dizer que “a idade não perdoa”, certo? Nós gatos quando envelhecemos, começamos a perder o nosso apetite e a emagrecer. Tais mudanças podem ocorrer igualmente devido ao enfraquecimento do nosso fígado e dos nossos rins, que se tornam particularmente vulneráveis. Estas condições, na ausência de outros sinais, podem escapar ao controlo veterinário.
- De resto, parece-me importante lembrar a quem cuida de gatos anciãos, que estes devem ser submetidos a consultas veterinárias todos os meses, não é assim?
- Exato. É muito importante redobrar a vigilância porque são vários os problemas de saúde que nos podem surgir.
- Quais, por exemplo?
- Muitos gatos anciãos sofrem de preguiça intestinal e prisão de ventre. Por conseguinte, é fundamental que na nossa alimentação estejam presentes as fibras vegetais e os peixes gordos, que ajudam a reduzir estes distúrbios. Outros gatos, podem perder ocasionalmente o controlo nervoso da mobilidade intestinal ou da bexiga. Quando se verificam perdas de urina involuntárias, o melhor é levarem-nos logo ao veterinário, pois pode ser devido a uma cistite.
- No teu caso, foram os dentes que te deram maior fastio. Estás a ver porque é que eu sou tão severa contigo no que diz respeito a surripiares guloseimas moles e fofas?
- Eu sei que quando me “ralhas” é para o meu bem. De facto, com a minha gulodice arranjei-a bonita! Formou-se tártaro nos meus dentes e uma inflamação nas gengivas que me causou muito desconforto.
- Felizmente foi tratada a tempo, caso contrário poderias ter perdido alguns dentes, o que iria provocar outros danos digestivos, e nomeadamente interferir no funcionamento do teu fígado e rins.
- Eu não gosto nada, mas agora já não me queixo quando me lavas os dentes duas vezes por semana.
- É o melhor que temos a fazer para evitar consequências tão nefastas. Outros cuidados redobrados que tenho contigo é verificar com frequência o estado dos teus olhos e das tuas orelhas.
- E eu agradeço tais cuidados. Isto porque sabes que também nós vamos perdendo audição e visão, pelo que é necessário ter maior atenção com a nossa segurança. Alguns de nós podem mesmo ficar cegos e surdos, e por conseguinte, já não são mais capazes de se aperceberem dos perigos. Particularmente com um gato cego, é fundamental tomarem-se diversas percauções, por exemplo, evitando de mudar as suas taças da comida e da água do lugar e outros objetos que fazem parte da casa, e protegendo-o de perigos como a presença de lareiras acesas sem grelha protetora.
- Se nos recordarmos e aplicarmos estes cuidados, maiores probabilidades teremos de beneficiar da vossa presença por muito tempo, não é assim? Quantos anos em média vive um gato?
- Certo. Em média podemos chegar aos 15 anos de vida, o que equivale a cerca de 76 anos humanos. Alguns gatos atingem 20 anos, cerca de 96 anos humanos. São muito raros os casos como o da Puss, uma gata tigrada que viveu até aos 36 anos.
- Eu desejo que tu vivas tanto ou ainda mais do que a Puss!
- Só se continuares a dar-me muitos miminhos como até aqui...
- Está combinado.