Os gatos são inimigos do stress
Antes de ter ouvido falar na pet therapy, já eu verificava na prática que os gatos exerciam em mim uma poderosa ação terapêutica. Muito melhor do que um cocktail de “Prozacs”, ver um gato, acariciá-lo e brincar com ele, melhora instantaneamente o meu (mau) humor, acalma-me as ânsias e alivia-me os desconsolos da alma. “Trigo limpo farinha amparo”, direi... e tudo isto sem quaisquer contra indicações e efeitos colaterais indesejáveis.
Atualmente são diversos os estudos científicos que sustentam a eficácia da utilização dos gatos para a cura de muitos distúrbios que tanto nos afligem. Entre outras, é recomendada no tratamento de encefaleias, na reparação de ossos e músculos através das ondas sonoras emitidas pelos gatos, no reequilíbrio do sistema neurovegetativo, no abaixamento da tensão arterial, e no combate ao stress e à depressão. De facto, um provérbio japonês refere que “Um gato afetuoso é o melhor remédio contra a depressão”.
Alguns destes estudos demonstraram inclusivamente que ter um gato na nossa vida, não só nos faz bem de um modo geral, como pode reduzir os riscos de morte por doenças cardiovasculares. Contudo, os extraordinários benefícios que os gatos trazem para a nossa saúde não foram somente notados pela nossa moderna ciência. Nos finais do século XIX, Florence Nightingale reconheceu as numerosas faculdades terapêuticas dos gatos, levando-os consigo quando fazia as visitas aos doentes nos hospitais. Trata-se da famosa enfermeira inglesa (1820-1910) que revolucionou o modo de assistência aos doentes, estabelecendo as bases da enfermagem profissional. Ficou conhecida como “A Senhora com a Lanterna” por causa das suas solitárias rondas nocturnas com uma pequena lamparina na mão, durante a Guerra da Crimeia onde organizou as tendas dos soldados feridos. Era uma grande amante de gatos e ao longo da sua vida hospedou mais de sessenta pequenos felinos.
E lembram-se da Pamela, a esposa do Bobby Ewing, da saga americana “Dallas”, que muitos de nós acompanharam há muitas luas atrás? Pois bem, a atriz Victoria Principal que interpretou aquela personagem (ao lado de Patrick Duffy), afirmou um dia que o seu gato era a melhor terapia contra o stress. Quando o acariciava, sentia-se tranquila e tinha a impressão de acariciar a sua própria alma.
De resto, quando se olha para aquela bolinha de pêlo macio, que nos embala com os seus miados e ronrons, que nos observa atentamente com uns olhinhos vivazes mas doces, nos cheira com um castiço narizito, e nos estende uma patita com almofadinhas rosa... quem é capaz de resistir a tanta fofura e permanecer stressado?