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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

Caríssimos amigos gatófilos e demais visitantes

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Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Os gatos são outros quinhentos...

 

eu e minu.jpg

 

Nós humanos somos feitos em modo tal que estamos sempre à procura, por vezes de forma exagerada, de aprovação e de afeto. E parece-me que não apenas por parte de outros humanos como também dos nossos amigos gatos. Eu, pelo menos, confesso que sou assim. Quando um gato me permite de mimá-lo, ou melhor ainda, quando ele próprio por sua vontade me honra com as suas manifestações de afeto, sinto-me particularmente feliz.

 

Uma dessas manifestações que tanto me agrada é aquela em que o gato se senta muito direitinho como uma estátua, e me olha piscando os olhos quando lhe falo com voz doce (no meu caso quase patética). E este é apenas um dos muitos exemplos das subtilezas que os gatos usam para reforçar os laços que estabelecem connosco. Fico sempre aborrecida quando me vêm com aquela velha ideia estereotipada de que os gatos são uns grandessíssimos interesseiros. Por exemplo, há quem ache erradamente que só dormem enroscadinhos a nós porque no inverno procuram constantemente uma fonte de calor. A verdade é que o fazem igualmente no verão. Pessoalmente acredito, e já tive inúmeras confirmações, que o seu afeto é sincero. Os gatos não fingem como nós.

 

Recordo um dos meus companheiros, o Nokas, que não sendo propriamente um gato muito afetuoso, todos os dias quando eu regressava a casa recebia-me calorosamente, roçando-se com delicadeza nas minhas pernas e miando com evidente satisfação por me ver. Sempre que me sentava pesadamente no sofá com um ar triste e desconsolado pelo desafio menos agradável que enfrentara naquele dia, o Nokas imediatamente subia para o meu colo e começava a dar-me marradinhas e ronronava até me arrancar um sorriso do rosto.

 

Contudo, é preciso ter em conta que mesmo um gato meigo conserva sempre uma certa reserva e destaque que são uma caraterística dos pequenos felinos. Nem sempre vem a nós quando o chamamos, não se afasta de cima dos móveis sobretudo do sofá quando lhe pedimos, e não está sempre a bajular-nos. Os gatos não são expansivos como os cães. Os gatos são outros quinhentos. Reconhecem a nossa voz mas não abanam o rabo nem emitem sons. Orientam um dos seus radares, as orelhas, na direção das nossas palavras e com isso estão a dar-nos um sinal de afeto e de reconhecimento. Quem diria? É que este aparente simples gesto para eles implica uma complexa elaboração mental. Como sempre digo, para compreendermos e apreciarmos as suas reações e emoções, temos de ser uns observadores bem mais atentos.

 

Os meus novos hóspedes

Mal podia esperar pelos meus novos hóspedes! Pareceu-me voltar ao meus tempos de menina, quando a minha mãe anunciava que íamos receber a visita de alguém da família que só víamos algumas vezes por ano. Era sempre uma emoção. Sobretudo quando as visitas incluíam primos da nossa idade, o que significava mais brincadeiras e diversão.

 

O Simba e a Minu chegaram finalmente. Tirando o primeiro dia em que se viram num lugar que não era o seu território e ficaram um pouco ansiosos, o que é perfeitamente natural, já se instalaram comodamente cá em casa. Vão ficar duas semanas, enquanto os seus humanos gozam o merecido período de férias. São muito amorosos. O Simba é um lindo gato (para mim todos os gatos são lindos) tigrado de cor castanho, e a Minu é uma graciosa gata semi-tigrada de cor cinzento. Digo semi porque uma boa parte dela é coberta por um manto fofo de pêlos brancos.

 

O Simba é mais ternurento do que a Minu, que embora igualmente meiga tem revelado um caráter um bocadinho mais atrevidote. Adora esconder-se. E como todos os gatos ambos são curiosos e metem o nariz em tudo, sobretudo na cozinha como seria de esperar. Mas comportam-se bem e de um modo geral são tranquilos. O meu marido, que se inclina mais para os papagaios, rendeu-se completamente ao fascínio destes dois pequenos felinos que vieram trazer mais alegria e vibrações positivas ao nosso cantinho.

 

Ontem à noite estava estendida na cama a ler e o Simba veio fazer-me companhia. Subindo para cima da cama com toda a ligeireza e elegância que só os gatos sabem ter, primeiro deu-me as boas noites com muitas marradinhas delicadas e depois deitou-se ao meu lado. Achei incrível quando ele estendeu uma das suas patas dianteiras, pousou-a nas minhas pernas, e adormeceu. Não obstante ter sentido as suas unhas que roçaram ao de leve a minha pele quando distendeu os deditos, pensei comovida que esta era uma das inúmeras demonstrações de afeto com que os gatos nos privilegiam. Significa que estão relaxados e sentem-se seguros ao nosso lado. Que gostam de ser mimados por nós, como o eram pela sua mãe gata. Claro que também lhes serve para deixar o seu odor. Mas é inegalvemente mais um fio que tece e reforça os laços que estabelecem com a sua “mãe” humana.

 

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