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VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

VELHO GATO SÁBIO

Os gatos são uma fonte inesgotável de conversa para quem, como eu, há muito se rendeu completamente à sua sublime beleza e ancestal sabedoria...

Caríssimos amigos gatófilos e demais visitantes

Deixem aqui os vossos comentários, enviem "coisas de gatos" para o nosso e-mail: velhogatosabio@gmail.com e espreitem a página VGS no Facebook: Isabel Santos Brás (Velho Gato Sábio). Obrigada pela vossa visita. Voltem sempre!

Citação sobre gatos em destaque

“Eu poderia viver sem muitas coisas neste mundo. Mas não poderia viver sem a delicadeza e subtileza dos gatos” Amara Antara

Gatos "fidalgos" com a comida

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(Foto-ilustração in https://i.pinimg.com)

 

Frequentemente, quando o nosso gato despreza o que lhe colocamos no prato e farta-se de andar à nossa volta a miar pedinchando outra coisa, queixamo-nos que ele é ou tornou-se um "fidalgo". Consola-nos a ideia de que, segundo reza o ditado popular, "burro com fome cardos come", ou seja, quando a fome aperta come-se de tudo e até algo que habitualmente se rejeita ou que não é recomendável. Assim, podem deitar a casa abaixo com os seus miados de protesto, mas acabarão por se render quando se dão conta que as suas reivindicações são ignoradas e os "ratos" no estômago vencem a batalha. Às páginas tantas, que remédio, toca a comer o que há. Sejamos honestos: como é que nós nos sentimos quando nos servem comida sensaborona?

 

Quer por desconhecimento, quer devido à nossa correria diária, nem sempre conseguimos cumprir certos princípios básicos para a sua correta dieta. Não se trata de dar-lhes apenas aquilo que gostam por mero capricho, mas de lhes fornecer alimentos adequados e da forma apropriada, de modo a mantermos os nossos amados companheiros gatos bem nutridos, saudáveis e felizes.

 

Por conseguinte, eis algumas dicas para evitar que o gato se torne “fidalgo”:  

  • Jamais dar comida retirada diretamente do frigorífico. Este descuido pode ser frequente sobretudo de manhã quando estamos com pressa para ir para o emprego, pois é tão mais fácil e rápido proceder desse modo no caso de comprarmos alimentos húmidos em lata, sem ser em doses individuais. Porém, o frio atenua os sabores e a comida torna-se pouco apetitosa. Em relação a nós, seres humanos, o sentido do paladar nos gatos é mais débil. Enquanto que nós possuímos na língua cerca de 9000 papilas gustativas, os gatos têm apenas 473. Em compensação o seu olfato é bem mais apurado do que o nosso, o que faz com que muitas vezes rejeitem os alimentos depois de os cheirarem e antes mesmo de os provarem.
  • Não utilizar comedouros de plástico, os quais podem transferir substâncias nada salutares e alterar o sabor dos alimentos.
  • Não deixar carne no comedouro por mais de vinte minutos, porque começa a ser contaminada por bactérias e a estragar-se.
  • Por fim, lembremo-nos que os seus antepassados selvagens alimentavam-se de carne fresca das presas acabadas de serem caçadas, portanto ainda quente a rondar os 35 graus, pelo que o ideal é servir sempre os alimentos dos nossos pequenos felinos àquela temperatura. 

Gatos e doenças de pele

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Quando o nosso caro amigo gato se coça, por vezes não podemos deixar de sorrir pelas posições engraçadas que assume. Porém, pode ser indicador de algo sério: doenças de pele. Estas podem ser devidas a parasitas ou não. Há que estar atento, sempre que se escova o seu pelo, para detetá-las atempadamente e recorrer a tratamentos  específicos consoante a gravidade da situação. E claro, prevenir é sempre melhor que remediar. Os conselhos de um veterinário são importantes para determinar quais os produtos antiparasitários mais adequados.

 

As mais comuns são as infestações de pulgas. O gato é facilmente "atacado" por estes parasitas. A pulga (Ctenocephalides felis) é perigosa porque, para além de causar danos na pele, pode ser portadora de larvas de ténias ou de certos vírus. Uma infestação de pulgas é notória pelo facto de levar o gato a coçar-se ou a contorcer-se furiosamente. Podemos ainda observar na pele do animal, pequenos pontos negros semelhantes a grânulos de carvão, que são as fezes dos insetos. Outro sinal da presença de pulgas é o aparecimento de furúnculos rosáceos, escuros no centro, sobretudo na espinha dorsal que é a zona é mais sensível às substâncias proteicas produzidas pela saliva das pulgas.

 

As infestações de carraças são igualmente nocivas para o animal, causando-lhe anemia, pois sugam o sangue. Este parasita (Ixodes) fica de tal modo inchado que parece um bago de uva, sendo fácil confundi-lo com um cisto ou um tumor cutâneo. Como o seu aparato bucal permanece agarrado ao estrato cutâneo do pequeno felino, é necessário muito cuidado na sua extração, uma vez que se poderá arrancar o corpo mas não o aparelho bucal cravado na pele, e isso provocará um abcesso na pele. Deverá ser usada uma gota de clorofórmio ou de éter, esperar que o aparelho bucal se destaque da pele, e finalmente remover a carraça inteira com uma pinça. Uma vez removida a carraça, o gato deve ser tratado com um antiparasitário apropriado.

 

Também é possível surgirem no gato infestações de piolhos, concentradas mais frequentemente na cabeça mas podendo estender-se a todo o corpo. O piolho (Felicola), grande como a pulga, pode causar debilidade e anemia no animal, já que existe um tipo de piolho que suga igualmente o sangue.

 

Outro parasita que causa danos na pele dos gatos, nomeadamente inflamações cutâneas e perda de pelo, é o ácaro da sarna. A espécie de ácaros mais difusa é Notoedres que se aloja no interior da pele, em especial da cabeça e das orelhas, provocando dermatites.

 

Algumas dermatites ou inflamações cutâneas são devidas a outros fatores como bactérias, alergia a certos alimentos, contacto com substâncias químicas irritantes, queimaduras solares, carências vitamínicas ou disfunções hormonais. Neste caso, não se deve aplicar uma qualquer pomada sem ser receitada pelo veterinário. É frequente os gatos lamberem a pomada e isso pode ser ainda mais prejudicial para eles. O melhor é cortar o pelo em redor da área afetada, limpar a pele com água tépida, desinfetar com um antisético ligeiro e enxugar bem. Se o gato começar a lamber ou mordiscar a parte afetada, colocar um colar. Pode-se comprar um já pronto ou fazer um a partir de um cartão cortado em forma de cone, fixá-lo em volta do pescoço do gato e fechá-lo com fita adesiva. Contudo, será sempre conveniente levar posteriormente o gato ao veterinário.

 

Alimentos impróprios para gatos

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“Prevenir é melhor do que remediar”, diz o velho ditado, é sábio e aplica-se aos nossos hóspedes gatos. Vimos que em relação às plantas em casa é melhor não arriscar com algumas espécies. Com os alimentos a atenção deve ser igualmente redobrada. Existem alimentos que são absolutamente proibidos, pois os danos que provocam nos gatos são enormes, alguns são mesmo letais.

 

Vejamos quais os alimentos a evitar:

  •  Alho – a alicina provoca a destruição dos glóbulos vermelhos, levando a anemia hemolítica, com sintomas como letargia, fraqueza, depressão, diarreia.
  • Batata crua – a solamina, provoca problemas no sistema nervoso e distúrbios gastrointestinais.
  • Café – a cafeína, se o consumo for excessivo, pode causar problemas hepáticos, coma e morte do animal.
  • Carne crua - pode conter bactérias como a Salmonella e a coli., muito nocivas para a saúde do animal.
  • Cebolas e cebolinho – contêm dissulfeto de alipropila que causa os efeitos descritos para o alho.
  • Chocolate – a treobomina pode causar, se o consumo for excessivo, problemas hepáticos, coma e morte do animal.
  • Fermento – provoca gases que podem causar dores e em casos graves até mesmo rutura do estômago ou intestino. Por conseguinte, nada de dar ao gato bolos e pão, e muito menos massa fermentada.
  • Fruta e suas sementes – a persina, substância que se encontra na polpa, na casca e no caroço do abacate, causa diarreia nos gatos; as cerejas, os citrinos e os diospiros podem causar vómitos e diarreia; as sementes provocam inflamação e obstrução intestinal.
  • Leite e derivados – muitos gatos são intolerantes à lactose. Pode provocar diarreia, problemas digestivos e pedras nos rins.
  • Nozes – provocam problemas gastrointestinais (vómitos e diarreia) e respiratórios (espirros e tosse).
  • Ossos e espinhas – podem causar laceração e obstrução do aparelho digestivo.
  • Ovos crus – a avidina inibe a formação da biotina e impede assim a absorção no instestino. Podem aparecer problemas dérmicos (na pele e pêlo), para além do risco de salmonelose.
  • Pastilhas elásticas – contêm xilitol, adoçante artificial, que causa graves problemas hepáticos.
  • Peixe cru – a tiaminase metaboliza a tiamina, o que leva a perda de apetite, convulsões e em casos graves, à morte.
  • Pipocas – podem provocar asfixia, e o sal pode causar desequilíbrios electrolíticos, o que dá origem a insuficiência renal.
  • Tomate – sobretudo o tomate-cereja causa problemas sérios gastrointestinais.
  • Uvas e passas – causam vómitos, diarreia, letargia, perda de apetite e insuficiência hepática e renal, e em casos sérios, levam à morte.

 

Não só não podemos dar ao gato lá de casa nenhum destes alimentos, como inclusivamente é preciso mantê-los afastados do seu alcance. Muita atenção aos armários mal fechados, ao balde do lixo, e aos alimentos guardados em sacos plásticos espalhados pela casa. Ele adora vasculhar em todos estes sítios.

Gatos versus Plantas

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Quem ama ter plantas em casa, mas hospeda um ou mais gatos, tem sempre em conta em primeiro lugar a segurança dos seus hóspedes felinos. Disso não tenho a menor dúvida. Por conseguinte, o que deve fazer é cultivar somente plantas que são seguras perante a curiosidade dos gatos. Sabendo que os gatos têm a tendência de cheirar e mordiscar aquilo que encontram no seu caminho, o melhor é mesmo não arriscar a aquisição de uma planta que seja tóxica para os peludinhos lá de casa.

 

As plantas mais seguras são as seguintes:

 

Nepeta cataria, conhecida como erva-gateira ou erva-dos-gatos (catnip em inglês), planta herbácea perene da família Lamiaceae, apresentando folhas e hastes cobertas de pelos esbranquiçados, e flores purpúreas ou brancas e com pontinhos vermelhos. É nativa da Europa e do sudoeste da Ásia Central. Possui óleos essenciais e ao tempo dos romanos era muito apreciada para chá. Os gatos são doidos por ela, pois produz um efeito excitante neles.

 

Existe ainda a erva para gatos que se pode adquirir nos supermercados e Pet Shops, mas que não tem nada a ver com a erva-gateira. No entanto, é muito útil para ajudar o animal a expulsar as bolas de pelo que se podem formar no seu aparelho digestivo e que lhe são prejudiciais.

 

Saintpaulia ou violeta-africana, pertencente à família Gesneriaceae, descoberta em 1862 na Tanzânia pelo barão Walter von Saint Paul Illaire. É óptima para dar um toque de cor à casa, mas se o gato comer uma flor não lhe acontece mal algum.

 

Viola tricolor ou amor-perfeito, planta rasteira bienal euroasiática, da família das Violaceae com flores que podem ser roxas, azuis, amarelas ou brancas. Possui propriedades medicinais para o tratamento da epilepsia, doenças pulmonares, doenças de pele e eczema.

 

Orchidaceae ou orquídeas, como são chamadas todas as plantas desta família, uma das maiores no mundo da botânica. Quase todas as variedades, incluíndo as exóticas, são seguras para os gatos, não sendo verdade que provocam alergias.

 

Já de excluir da nossa lista de plantas para a casa, pela sua toxicidade, encontram-se os narcisos, o aloe vera, as azáleas, as açucenas, os cíclames, os lírios, as tulipas, as hortências, os antúrios, as estrelas-do-natal, os jarros, as campainhas, as coroas-de-cristo, os ficus, as costelas-de-adão, as espadas-de-são-jorge, as comigo-ninguém-pode, as heras.

 

Se existir a suspeita de que o gato mordiscou ou ingeriu algum pedaço destas plantas, deve-se contactar imediatamente o Veterinário, que dará as corretas instruções até o gato chegar à clínica ou hospital veterinário. Nada de “remédios caseiros” que podem piorar a condição do animal, ao aumentar a absorção da substância tóxica.

Comidinha para gatos: o que escolher?

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Tenho reparado nas conversas das redes sociais que alguns humanos que hospedam gatos, sentem algumas dúvidas relativamente às escolhas no que toca à comidinha para os seus pequenos felinos.

 

Absolutamente legítimas. Primeiro porque queremos sempre o melhor para eles. Depois porque o mercado atualmente oferece uma tal vasta gama de escolhas, quer de secos quer de húmidos, sem esquecer os snacks e complementos, que é realmente sensato questionarmo-nos qual será a melhor opção tendo em conta a relação qualidade/preço. Obviamente que o ideal será aconselharmo-nos com um veterinário de confiança. Este, em função do tamanho, peso, condições de saúde e estilo de vida (se o gato é mais ou menos ativo), estabelecerá um programa alimentar equilibrado, que vai ao encontro das necessidades nutricionais do nosso bichano. Porém, e porque infelizmente temos sempre que fazer contas à vida, nem sempre será viável seguir à risca as recomendações do veterinário e adquirir alimentos para gatos de marcas XPTO.

 

Os gatos da minha avó materna, que vivia no campo, comiam os restos do que havia e como suplemento caçavam os ratos do celeiro e dos estábulos. Lá se safavam e os restos nunca lhes fizeram mal (sabiam-lhes era a pouco!). Os da minha avó paterna, que vivia na cidade, andavam mais por casa e não tinham tantos roedores à disposição. Também nunca souberam o que era rações próprias para gatos, comiam as sobras da cozinha e chamavam-lhe um figo. Mas eram outros tempos. A comida dos humanos, sobretudo da minha avó do campo era muito mais biológica e os ratos não comiam veneno. Hoje em dia discute-se se alimentar os nossos companheiros gatos com a nossa comida é ou não é aceitável. Há quem sustente que o metabolismo dos gatos é diferente do nosso e por conseguinte nem sempre conseguem digerir o que ingerimos. Também não precisam de tantos hidratos de carbono como nós, conseguindo manter mais estáveis os níveis de glicose. Outros há que afirmam que para os gatos poderemos cozinhar (à parte, naturalmente) um bocadinho de carne e de peixe magros, com pouco sal e poucas gorduras, acompanhados de algumas verduras e cereais cozidos ao vapor.

 

Com o corre corre dos nossos dias, é mais simples e prático dar rações secas e húmidas. Podemos adquiri-las diretamente nos supermercados ou Pet Shops ou até mesmo beneficiar dos serviços de entregas ao domicílio e encomendar a partir de inúmeros sites na Internet. A Deco aconselha o uso da ração seca (cerca de 100 gramas diárias para gatos com 5 kg), pois estimula o consumo de água e ajuda a prevenir o tártaro nos dentes. A ração húmida deve ser dada somente duas ou três vezes por semana porque é mais condimentada e mais gordurosa. As marcas mais bem cotadas são naturalmente as mais caras como por exemplo a UItima, a Royal Canin Indoor, a Purina One e a Libra, mas a Activ Pet Adulto Cocktail de Carne que se vende no Pingo Doce também tem uma boa relação qualidade/custo. Com as marcas mais económicas, arriscamos eventuais carências nutricionais.

 

Assim, de acordo com as nossas carteiras mas também um bocadinho de bom senso, lembrando-nos da máxima dos antigos latinos "aurea mediocritas", ou seja no meio é que está a virtude, escolhamos o melhor que pudermos para termos gatos felizes e saudáveis e nós seremos igualmente  felizes e saudáveis. 

  

Melhor do que um gato são dois gatos

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O gato é um animal social e está acostumado a ter companhia. No seu primeiro período de vida vive com a mãe gata e os seus irmãozinhos, habituando-se à sua família originária e aprendendo com ela. Depois, quando vem inserido num habitat humano, passa a depender de uma nova família, que lhe proporciona tudo, desde um novo espaço, alimentação, higiene, cuidados veterinários, jogos e companhia.

 

Para que se estabeleça uma boa relação entre o gato e a sua nova família humana, é importante que tenha um contato continuado com os humanos nos seus primeiros três meses de vida. É neste breve período que o gato adquire o hábito de convivência e consolida a convenção de que os humanos não são uma presença hostil.

 

Contudo, convém não esquecer que embora o gato aceite voluntariamente a companhia dos humanos e chegue a socializar com eles, não é como o cão que se dispõe mais facilmente a uma relação de submissão e dependência. O gato não reconhece nenhuma superioridade ao homem, necessitando de habituar-se a ele gradualmente, de transcorrer bastante tempo na sua companhia, de receber muitos incentivos (sob a forma de snacks, por exemplo) e frequentes convites a jogar e brincar juntos, mas sempre no respeito das suas exigências felinas.

 

A maioria dos humanos deve dedicar a maior parte do seu tempo aos seus empenhos profissionais e pessoais, permanecendo grande parte do dia no exterior e deixando o gato sozinho em casa por longas horas.  Com o seu caráter independente, a maior parte dos gatos não se importará muito com isso, desde que as suas necessidades primárias sejam satisfeitas e que se sintam seguros. Porém, algumas raças são mais sensíveis a esta questão do que outras. Estou a lembrar-me do burmês o qual é muito “agarrado” ao seu humano e não suporta estar sozinho por muito tempo. Seja como for, o ideal é que nas nossas casas os companheiros gatos sejam sempre aos pares. Deste modo nunca se irão aborrecer e deprimir, mas  brincando e socializando uns com os outros crescerão sem dúvida mais felizes. E isso é o que nós queremos, certo? Quanto a nós, à parte o dobro dos danos na mobília, a alegria e o amor incondicional que receberemos será igualmente a dobrar.

 

Gatos belos adormecidos

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Até a dormir os gatos são encantadores, não é verdade? Mas já se perguntaram porque é que os gatos dormem tanto? São capazes de dormir cinco horas seguidas de sesta! É normal? Claro que sim. É que os nossos adorados companheiros possuem uma fisiologia de pequenos predadores, e caçar requer um enorme gasto de energia. Mesmo os gatos domésticos que não têm necessidade de caçar para se alimentarem, e por conseguinte não possuem a vida agitada dos seus "irmãos" selvagens, seguem o instinto de dormir muitas horas para poupar as forças. E obviamente, à medida que vão eles próprios envelhecendo, a sua necessidade de dormir mais horas vai igualmente aumentando. Já no caso dos gatinhos, o que os induz a dormirem mais horas é a "somatropina", uma hormona de crescimento segregada durante o sono, fundamental para o desenvolvimento do seu organismo.

 

De resto, ainda que não façam grandes "safaris" pelas nossas casas (só se for à caça aos sofás e cortinados), sempre continuam a despender alguma energia quotidiana quando brincam, cheiram e exploram o seu pequeno mundo.

 

Shiuuu... não disturbemos o precioso sono do gatinho... bons sonhos peludinho!

Vai dar banho... ao gato!

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Dar banho ao gato, significou quase sempre para mim tomar mais banho eu do que ele. Antes de mais, havia que preparar tudo em segredo caso contrário demoraria horas infinitas à procura do “fugitivo”. Pressentia logo que chegara para ele o dia “fatídico”! Depois tinha de colocar em marcha toda uma complicada operação de, com uma mão segurar bem o gato que, naturalmente, fazia de tudo para escapar a partir do momento em que eu abria a água, e com a outra proceder às lavagens. Pelos miados de protesto, alguém de fora poderia pensar que se tratasse de um ato de malvadez.

 

A questão que nos pode vir à mente é: deve-se ou não dar banho aos gatos? É verdade que eles são muito escrupulosos com a sua higiene, dedicando muitas horas por dia a minuciosas “auto lavagens”. Também é de considerar o facto de que dispõem de um estrato lípido sobre a pele que a protege, pelo que o banho poderá removê-lo e deixar a pele seca e exposta a dermatites e parasitoses. Contudo, nem sempre os gatos conseguem limpar-se sozinhos, e sobretudo para aqueles sortudos que podem gozar de algumas horas ao ar livre no jardim da casa dos seus humanos, por vezes o banho torna-se um must. Nada de exageros, porém. Apenas se deve dar banho aos gatos quando é estritamente necessário.

 

É certo e sabido que uma boa parte da população dos pequenos felinos tem medo da água, pelo que o banho pode ser uma experiência traumática para eles. Outros, pelo contrário, parecem gostar de brincar com a água. É tudo uma questão, não só de predisposição genética mas também de hábito. Se forem habituados desde tenra idade a um contato gradual e suave com a água, em breve o banho deixará de ser um drama.

 

É melhor dar-lhe banho numa bacia suficientemente larga, com um tapete antiderrapante colocado no fundo para ele não escorregar. Ou então no lavatório. Geralmente a banheira assusta-os muito mais. Não é preciso encher a bacia com água, basta um bocado de água quente. Se optarmos por utilizar o chuveiro é importante certificar que a pressão da água é baixa e que a água não sai demasiado quente nem fria. Após agarrar e colocar o gato com muita delicadeza dentro da bacia, começa-se a molhá-lo lentamente. Pode-se usar um champô específico para gatos ou então recorrer ao champô  para bebés. Nunca se deve utilizar os champôs dos adultos, que são demasiado agressivos para a pele dos gatos. Ensaboa-se delicadamente com pequenas massagens e tendo muito cuidado com os olhos e as orelhas. Para lavar o focinho pode-se usar um bocado de algodão embebido em água tépica com um tudo de nada de champô. Depois é só enxaguar bem com água tépida (repito: muita atenção aos olhos e às orelhas, evitar ao máximo que entre água sobretudo dentro das orelhas), repetindo a lavagem se necessário para remover bem toda a sujidade. Na última enxaguadela, se derramarmos um copo de água com uma colher de vinagre de maçã, os resíduos de champô serão mais facilmente eliminados.

 

Após o banho deve-se envolver bem o gato numa toalha ou pano quentinho e começar logo a enxugar o pêlo. Durante o inverno, é aconselhável colocá-lo junto de um aquecedor ou lareira acesa para não apanhar frio e evitar que a humidade lhe cause problemas de saúde. No caso dos gatos de pêlo comprido pode ser necessário usar o secador, a uma temperatura média e direcionado para o lado contrário àquele do pêlo, penteando-o à medida que ele for enxugando. Cuidado para não enervar o gato. Por conseguinte, as suas zonas mais sensíveis como a barriga, as patas posteriores e a cauda, devem ser enxugadas em último lugar.

 

E que tal preparar em casa um champô seco a baixo custo, e o qual pode ser utilizado de tempos a tempos para manter o manto de pêlo limpo, sem necessidade de um banho? Basta espalhar no manto um bocadinho de bicabornato de sódio e depois escovar bem, ou em alternativa, usar farelo de trigo aquecido no forno a 150◦C durante 20 minutos e depois deixar arrefecer.

 

E agora só me resta dar os créditos a quem de direito, por estes bons conselhos em que me baseei, acrescentando, obviamente, o meu cunho, observação e experiência pessoal: AAVV, Enciclopedia del Gatto, Rusconi Libri, 2013. Se tivesse lido um guia prático como este há mais tempo, teria poupado a mim e aos meus antigos companheiros gatos muitos equívocos.

Viagens com gatos - parte II

Quem tem possibilidade de ir de férias para um país estrangeiro, levando o companheiro gato, precisa planear a viagem com maior detalhe. A primeira coisa a fazer é recolher informações acerca das normas sanitárias do país escolhido. Por exemplo, no caso das Ilhas Britânicas, antes da nova lei que entrou em vigor em 2012, existiam leis bastante severas no que respeita à entrada de animais, as quais impunham obrigatoriamente um período de quarentena que podia ir até os seis meses. Ora isso arruinaria qualquer plano de férias com o nosso amado gato! Ou até mesmo uma simples estadia temporária para estudo ou trabalho. Claro que havia quem tivesse meios que permitiam contornar a situação. Como fez a atriz Elisabeth Taylor, numa ocasião em que precisou de permanecer na Inglaterra por um breve período, para rodar algumas cenas de um filme. Tendo levado consigo um gato que adorava, para evitar a quarentena dos seis meses, instalou-se com o gato num yacht fora das águas territoriais britânicas. Ia e vinha de escaler conforme as necessidades. Mas isso era para quem podia...

 

Felizmente que no Reino Unido a entrada com o animal de companhia tornou-se um pouco mais fácil. Agora, o que é preciso é que o gato tenha microchip, seja vacinado contra a raiva (e terem decorridos pelo menos 21 dias após a vacina), esteja desparasitado, e tenha o “Passaporte para animal de companhia” da União Europeia emitido por um veterinário clínico. De qualquer forma, convém sempre dar uma espreitadela ao site www.defra.gov.uk/pets para conferir todas as regras na eventualidade de ocorrer entretanto alguma alteração nas mesmas. Também deveremos estar atentos no preenchimento dos documentos para não errar. Queremos evitar a não permissão de entrada do animal e a respetiva quarentena, certo? Outros países requerem certificados emitidos pelos serviços veterinários oficiais das suas entidades competentes, por conseguinte, nada de deixar esses procedimentos ao acaso e para o último dia.

 

Também é importante verificar junto da companhia aérea, caso o meio de transporte a utilizar seja o avião, quais as suas normas de transporte de animais domésticos, as quais podem variar de companhia para companhia. Algumas não permitem o transporte nem mesmo de animais pequenos como os gatos e pronto. Por isso, antes de comprar os bilhetes, é bom não transcurar esse aspeto para não ter surpresas desagradáveis. Todas as companhias exigem que o animal viaje numa transportadora, de acordo com as normas da IATA (Associação Internacional do Transporte Aéreo). Devem ser sólidas e robustas, bem ventiladas e a portinhola deve estar bem fechada para evitar a abertura acidental. Há companhias que requerem contentores especiais e não permitem, por exemplo, que o gato viaje na cabine se tiver mais de 7 kg, nem que tenha uma idade inferior a 16 meses se forem voos de longo curso. Duas horas antes da partida, é conveniente dar ao gato uma refeição ligeira e água. Caso o gato seja nervoso, alguns instantes antes do embarque poderá dar-se-lhe um tranquilizante, mas somente se for prescrito pelo veterinário. Dentro da transportadora, que deve ter uma mantinha confortável, é importante colocar um objeto que seja familiar ao gato (podendo ser um que tenha o nosso odor, melhor) para lhe fazer companhia e o tranquilizar durante a viagem.

 

Se optarmos por uma viagem de comboio, basta levar o gatinho numa normal transportadora. Muitas companhias ferroviárias permitem que ele viaje connosco na cabine. Outras nem por isso, pelo que o pobrezinho terá de ir na bagageira do comboio. De barco também é possível transportar o amiguinho mas pode sair um pouco mais caro. Em geral os gatos não sofrem de mal de mar, pelo que a viagem deverá decorrer com tranquilidade. A desvantagem é que nem sempre existem a bordo veterinários que possam prestar assistência médica em caso de necessidade, tendo em conta que normalmente as viagens de barco são longas, com exceção naturalmente de trajetos breves de ilha para ilha, ou do continente para as ilhas...

 

Façam o favor de fazer boas viagens e de gozar umas boas férias.

 

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Viagens com gatos - parte I

Estamos em época de férias e muitos de nós, ou já estão a caminho dos lugares escolhidos para um merecido descanso, ou estão a embalar a trouxa e a preparar-se para partir, outros ainda contam os dias mas já está quase, quase. Quem tem companheiros gatos, naturalmente planeia as férias em conformidade. Impensável deixá-los sozinhos em casa por vários dias. Recorrer aos serviços de um(a) bom cat sitter, preferencialmente cat hoster (ou seja, que hospeda o gato em sua casa) é uma opção.

 

Claro que o ideal será escolher sempre destinos que permitam levar connosco os nossos peludinhos. De acordo com o orçamento disponível, podemos arrendar uma casa de férias pois isso permite ter mais espaço para a família inteira, gato incluído. E ele fica mais tranquilo porque está connosco, ainda que obviamente estranhe ao início o novo espaço, que de resto é apenas temporário. Quer em Portugal quer em alguns países estrangeiros, aumentam todos os anos as possibilidades de encontrarmos propretários de casas ou de apartamentos dispostos a arrendar com permissão de permanência dos nossos amigos de quatro patas.

 

Para quem viaja de carro, é absolutamente recomendável acomodar bem o gato numa transportadora adequada. Existem diversos modelos de vinil, fibra de vidro ou polietilene, e até os clássicos em vime. Estes últimos, embora elegantes, resultam ser menos práticos pois são difíceis de limpar, além de sujeitarem o gato a correntes de ar. Importante é colocar a transportadora com o gato no habitáculo do carro, e claro está, bem segura nos bancos de trás. Nunca na bagageira! Quando a viagem é longa e faz calor, pode-se refrescar a transportadora colocando por cima um pano húmido. Muitos gatos não gostam de andar de carro e miam continuamente. Porém, se tivermos habituado o gato desde pequenino a viajar de carro, ele não fará “birras”, sobretudo se se sentir confortável. De quando em quando é bom fazer umas pausas no caminho, e permitir ao gato de usar a “toilette”, comer e beber, sempre com as portas do automóvel bem fechadas para evitar riscos de fuga.

 

Que não vos passe pela cabeça deixar o gato dentro do carro estacionado à chapa do sol, enquanto forem dar uma voltinha ou fazer umas compras. O risco de hipertermia é grande e pode ser fatal. Mesmo deixando um vidro parcialmente aberto... eu não arriscaria. E também não permitam que durante a viagem o gato vagueie à solta pelo carro. Sobretudo se o gato ficar nervoso ou se sentir enjoado, pode comportar-se de modo desagradável e até mesmo atrapalhar a condução, pondo em perigo todos os ocupantes do carro, incluindo ele próprio.

Dito isto, resta-me só desejar que façam boa viagem com os vossos pequenos felinos e que gozem em pleno as vossas férias.

 

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Gatos Loucos por Erva?

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Existe uma erva que atrai os nosso amigos gatos como ninguém. E ao que parece também outros felinos como leões, tigres e panteras. É a Nepeta cataria, mais conhecida por “erva-gateira” ou “erva-dos-gatos”. O nome Nepeta deriva do latim nepa que significa escorpião (de facto, os antigos acreditavam que era eficaz contra a picada daquele animal) e cataria vem da palavra latina catus que significa gato.

 

Trata-se de uma herbácea de origem europeia e do Sudoeste asiático, da família das Lamiaceae, com uma aroma semelhante à menta, a qual pertence à mesma família. Apresenta folhas e caules cobertos com pêlos esbranquiçados e flores purpúreas ou  brancas e rosadas que crescem  no cimo das hastes.

 

De referir que aquela erva que se vende nos supermercados e noutras lojas, apesar de muitas vezes vir identificada como “erva-gateira”, não tem nada que ver com a Nepeta cataria, é uma outra erva com folhas finas e longas.

 

Porque é que os gatos quando interagem com a verdadeira Nepeta cataria ficam “malucos” ou então parecem estar num estado “Zen”? Porque esta erva contém um óleo – o nepetalactone – cuja molécula age sobre o cérebro dos gatos, activando diversas áreas. Por exemplo, a área da actividade sexual, e por conseguinte, o gato rebola e esfrega-se como as fêmeas que demonstram estar disponíveis. Ou a área de estímulo do apetite, o que leva o gato a mastigar a erva e a cheirá-la intensamente. Ou ainda aquela do instinto de predador, fazendo com que o gato brinque com a erva como se estivesse a caçar.

 

Também possui propriedades calmantes e sedativas. Aliás, já ao tempo dos romanos o chá feito com esta erva era utilizado pelos humanos precisamente para as insónias.

 

Ao contrário dos estupefacientes nos seres humanos, a “erva-gateira” não produz dependência nem efeitos colaterais nos gatos. Por conseguinte, se querem fazer os vossos “ronrons” felizes, certifiquem-se de adquirir a verdadeira erva, confeccionem uns lindos saquinhos, encham-nos com a erva e presenteiem-nos aos gatos. Seguramente serão muitíssimo apreciados.

 

Texto e Imagem ©Isabel Brás 2015

 

Pode-se Treinar um Gato?

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Como referimos anteriormente, é importante dar a entender ao nosso novo “hóspede”, logo desde o início, que existem regras lá em casa que também ele deverá respeitar. Sobretudo no que se refere às suas necessidades fisiológicas, o melhor é não perder tempo e começar desde logo a treiná-lo para ele utilizar sempre a sua “toilette” que lhe colocámos à disposição. Dentro dos possíveis, quer a alimentação, quer a higiene deverão ocorrer em determinados momentos do dia. Os gatos são animais de hábitos, pelo que ajudar o nosso amiguinho a estabelecer uma boa rotina, pode trazer não apenas benefícios e tranquilidade para o gato, mas também para nós.

 

É igualmente possível treiná-lo para reconhecer a nossa voz quando o chamamos. Isto pode revelar-se útil em caso de um eventual perigo. Não são raros os casos de gatos que se salvaram de situações perigosas graças aos seus humanos os terem chamado atempadamente. Podemos começar por chamá-lo sempre pelo mesmo nome que lhe atribuímos, especialmente às horas da papa, persistentemente durante um certo tempo. Tal geralmente costuma resultar.

 

O treino “pela negativa” é outra opção, nos casos em que o gato mostre tendência para morder ou saltar em cima das visitas. Dizer-lhe um resoluto “Não!” a cada tentativa sua poderá dissuadi-lo. Porém, nada de enxotá-lo, pois é bem provável que se convença de que estamos a brincar com ele e sentir-se-á encorajado a continuar “o jogo”.

 

Os maiores estragos que um gato pode fazer quando está fechado em casa é afiar as unhas nos sofás e outras mobílias e trepar pelos cortinados. Certos revestimentos, como o veludo e o couro parecem-lhe óptimos para arranhar. Por conseguinte, especialmente se não é autorizado a sair de casa, é conveniente desde cedo habituá-lo a afiar as suas unhas num objecto apropriado. Existem inúmeros arrranhadores concebidos para esse fim, à venda nas lojas de produtos para animais. Em alternativa, podemos nós próprios construir um, usando uma tábua de madeira com 30 a 60 cm de largura, que afixaremos verticalmente numa parede, revestindo-a com sisal, cortiça ou um outro material, desde que seja rígido e atóxico. Se ele puder sair de casa em segurança, e ainda por cima tivermos um jardim, será maravilhoso para ele afiar e desgastar as unhas nas árvores.

 

Pode revelar-se difícil treinar um gato, sem dúvida. Diferentemente do cão que procura sempre agradar o seu humano (que identifica como o “líder da matilha”), por exemplo, trazendo-lhe o jornal e os chinelos, ou acompanhando-o todo contente nas passeatas, o gato não está minimamente interessado em gratificar o seu humano, porque o vê como um igual, uma espécie de gato gigante. E depois, já sabemos que o gato faz somente o que quer e quando quer. Ponto final. Contudo, treiná-lo não é inteiramente impossível. Com uma boa dose de paciência e perseverança, poderemos empenharmo-nos num treino contínuo e amoroso, que ao fim de algum tempo dará os seus frutos, e certamente criará um relacionamento equilibrado e muito satisfatório com o nosso querido companheiro de quatro patas.

 

 Texto e imagem ©Isabel Brás 2015

 

Cuidados Básicos Com o Novo Gato

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Recordemos as regras basilares no que respeita a cuidar do nosso novo companheiro gato, de forma responsável:

 

- Dar boa paparoca ao gato a horas certas, na sua taça, a qual deve estar separada e ser lavada à parte da loiça de casa. Evitar usar detergentes.

- Ter sempre uma taça com água fresca e limpa à sua disposição. Se não existe a possibilidade de adquirir um bebedouro automático, especialmente daqueles em que a água é em movimento constante (os gatos preferem água fresca e em circulação, aliás muitos deles adoram beber água que corre pela torneira), pelo menos mude-se a água com maior frequência.

- Por muito que para muitos de nós seja agradável a sensação de ter o nosso amigo enroscado a dormir na nossa cama, é aconselhável treiná-lo a habituar-se a dormir numa caminha apropriada para ele.

- Não esquecer de limpar diariamente a sua “toilette”, renovando com frequência a areia ou aglomerado.

- Escovar e limpar o pêlo com regularidade e controlar se tem parasitas. No caso dos gatos com pêlo comprido, a escovagem e limpeza do pêlo deve ser diária.

- Atenção às unhas: se não foram desgastadas naturalmente no arranhador e se tornaram demasiado compridas e afiadas, pode ser necessário cortar com muita precaução somente a ponta, usando uma tesoura própria para o efeito. Se tivermos receio de magoar o nosso peludinho, podemos pedir ao/à Veterinário/a para ser ele/a a fazê-lo.

- Não esperar que o gato adoeça, mas levá-lo periodicamente ao/à Veterinário/a para consultas de controlo, e cumprir rigorosamente o calendário das vacinações e desparasitações (quer internas, quer externas) estipuladas.

- Treinar o gato, no devido tempo, para que respeite determinadas regras. Por exemplo, como podemos impedir que ele arranhe os sofás se deixamos que o faça durante vários anos?

- Não deixar o gato sair de casa, antes que ele se habitue ao novo ambiente. O mesmo vale para o caso de mudança de casa, bem como nos dias de festa em que estalam fogos de artifícios no ar.

- Antes de ir de férias, e sempre que não seja possível levar connosco o nosso amiguinho, certificar que ele fique bem entregue aos cuidados primorosos de familiares e amigos, ou de um bom Pet Sitter, ou (se nos podemos permitir) de um “hotel” para gatos.

 - Se tivermos uma gatinha e não desejamos que se torne uma mãe gata, é melhor consultar o/a Veterinário/a para a sua esterilização. Mesmo no caso do macho, sobretudo se é autorizado a sair de casa e não pretendemos que contribua para o drástico aumento do número de gatinhos nas redondezas, ou mesmo que permaneça confinado ao espaço da nossa casa, é conveniente abordar o assunto com o médico, que poderá aconselhar e explicar os prós e os contras deste procedimento. Mesmo que nos opunhamos a restringir a liberdade do nosso patudo, é conveniente pelo menos considerar esta hipótese e obter informação de fontes fidedignas, antes de decidir.

 

Texto e imagem Isabel Brás ©2015

 

Casa Segura Para Gatos

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Ai que alegria, temos um novo gato em casa! Preparámos com imenso carinho e atenção todos os objectos necessários para um maior conforto e higiene do nosso amigo. E agora? O que é importante? A segurança do peludinho é fundamental. A nossa casa é um lugar seguro para ele?

 

Mais vale verificar cada ângulo da casa, para nos certificarmos que não haja algo que constitua ou venha a constituir um perigo para a saúde e bem-estar, e até mesmo para a própria vida do gato. Ter sempre presente que os gatos são animais muito curiosos e aventureiros, por conseguinte, não deixar nada ao acaso. É nosso dever afastar ou remover todas as fontes de risco e todos os objectos perigosos com que ele possa entrar em contacto.

 

Começamos pelas plantas. Muitos de nós adoramos ter plantas em casa. E a maioria delas são belas e parecem-nos absolutamente inóquas. Porém, algumas delas são tóxicas para os gatos, como os Antúrios (Anthurium andraeanum), os Lírios (Lilium spp), as Hortênsias (Hydrangea macrophylla), a Hera (Hedera helix), a Costela-de-Adão (Monstera deliciosa), só para citar alguns exemplos.

 

Na cozinha, se for possível colocar uma protecção no fogão, evitamos que o gato se queime tentando chegar à panela que exala um odor atraente. É importante ensiná-lo desde cedo a não saltar nem caminhar na bancada da cozinha e muito menos sobre o fogão. E é de evitar que esteja perto de nós quando estamos a manejar líquidos quentes ou a ferver. O caixote do lixo deve estar num local inacessível. O mesmo vale para os objectos cortantes (como as facas de cozinha, por exemplo), objectos de pequenas dimensões, detergentes ou outros produtos químicos.

 

Não nos esqueçamos nunca de deixar bem fechadas as portas do forno, frigorífico, e máquinas de lavar loiça e roupa. Muita atenção a deixar sacos de plástico à vista, porque adoram meter-se dentro deles mas arriscam a ficar sufocados. Se estiverem a passar a roupa a ferro, tenham o cuidado de não deixar o gato se aproximar.  Os fios eléctricos são outra tentação para o gato, que adora mordiscá-los. Sempre que não seja necessário ter os aparelhos eléctricos ligados, destacar as fichas eléctricas das tomadas. Se a casa possui uma lareira, é melhor colocar uma grelha de protecção quando o lume estiver aceso.

 

E se a vivemos num apartamento com varandas, sobretudo em andares altos, é muito importante colocar protecções (telas ou outros dispositivos) ou impedir o gato de andar sobre o varandim ou estar empoleirado nos parapeitos das janelas. Não se fiem na história de que os gatos caem sempre de pé! Em qualquer queda, os riscos de ficarem seriamente magoados ou até morrerem existem sempre.

 

Texto e imagem ©Isabel Brás 2015

 

Deram-me Um Gato. O Que É Que Eu Faço?

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Ah... aquela indescritível emoção que nos percorre o corpo e alma quando recebemos inesperadamente a entrada de um amiguinho de quatro patas nas nossas vidas, por iniciativa de parentes ou amigos. Ou talvez porque resolvemos, finalmente, realizar aquele desejo há tanto contido e adiado de convivermos com um gato, e corremos a um gatil ou canil para adoptar aquele peludinho que nos escolhe com o seu olhar meigo e fascinante.

 

Mas, passados alguns momentos, poderemos entrar momentaneamente em pânico. O que é que eu faço? Como vou cuidar deste ser maravilhoso, que agora me parece tão indefeso? Será que vai gostar de mim? Será que se vai adaptar bem à nossa casa e à nossa presença? Será que vai ser feliz?

 

Para os gateiros/as iniciantes, aqui ficam alguns conselhos. Com a certeza, porém, que tal como acontece com cada um de nós, cada gato é único e especial, pelo que não existem “fórmulas” absolutas e exactas. Cada experiência com eles deve ser baseada sobretudo na nossa própria sensibilidade e bom senso, e guiada pelo nosso enorme amor por estas mágicas criaturas. Aprender a conhecê-los e a conhecer os seus hábitos é fundamental para não cometermos imprudências que comportem desconfortos ou até mesmo riscos para os nossos amiguinhos. Chegamos lá por tentativas, dedicação e empenho. Mas, claro, quanto mais informações dispormos e mais trocas de experiências efectuarmos uns com os outros, melhor.

 

Começamos por preparar o ambiente adequado para receber e cuidar bem do novo membro da família, adquirindo alguns objectos: uma caminha confortável e quentinha, uma “toilette” para as suas necessidades fisiológicas, o aglomerado e uma paleta, e as taças para a água e a comida são os mais essenciais. Podemos acrescentar ainda uma transportadora, um pente duplo com dentes largos e finos , uma escova dupla com cerdas macias e rígidas, um sabonete ou shampô apropriados, uma espoja e um pano de camurça para o banho, um corta-unhas para gatos, um arranhador, e alguns brinquedos. Muito oportuno com os gatinhos pequenos será também colocar um recinto que os proteja até à sua completa independência, como se faz com os bebés humanos.

 

Ainda que os gatos tenham as suas preferências e por vezes decidam dormir nos locais mais impensáveis da casa, é sempre bom destinar-lhe desde logo um posto todo seu. As lojas que vendem produtos para animais dispõem de uma vasta gama de opções de cestos de vime, de plástico, almofadas ou outros. Os cestos de vime, onde se podem colocar uma almofada e uma mantinha são muito atraentes quer para o gato, quer para os seus humanos. Contudo, possuem a desvantagem de expor o gato a correntes de ar e de acumularem pó, difícil de limpar. Nesse aspecto, os de plástico são mais higiénicos porque mais fáceis de lavar e desinfectar com um produto atóxico, oferecendo uma maior protecção contra as correntes de ar, ainda que sejam menos estéticos. Uma grande, bela e cómoda almofada, sobretudo se cheia com as bolinhas de polistirolo, fará seguramente as delícias do vosso gato. Convém que o forro externo seja facilmente removível e lavável. Existem no mercado umas engraçadas “tendas” para gatos, que os protegem mais do frio e das correntes de ar. Também se pode recorrer a uma caixa de madeira, requisitada a um carpinteiro, ou como opção mais económica, podemos arranjar um robusto caixote de cartão. Para transformá-lo numa cómoda cama para o gato, basta cortar um pedaço num dos lados, para facilitar o acesso, e cobrir o fundo com uma almofadinha, cobrindo-a com um pano fofo e quentinho.

 

Sabemos que os gatos são por natureza animais muito limpos, por conseguinte, habituá-los à “toilette” é simples. Sobretudo depois das três ou quatro semanas de vida, quando os gatinhos começam a poder alimentar-se com alimentos sólidos, é oportuno iniciar o seu treino. Um tabuleiro de plástico coberto com areia ou com o aglomerado que encontramos à venda nos supermercados ou lojas de animais, é o suficiente. Se pudermos adquirir aqueles modelos cobertos, será melhor para os gatos, sobretudo os mais nervosos ou tímidos. Se temos mais do que um gato em casa, devemos certificarmo-nos que haja espaço suficiente para todos usarem a “toilette”. O ideal é que cada gato tenha a sua.

É importante colocar a “toilette” sempre afastada o mais possível das taças da comida e da água, e num lugar tranquilo e isolado onde o gato não seja perturbado. A areia ou o aglomerado usado como absorvente devem estar sempre limpos. Podemos usar a palete para remover os cócós e os montículos ensopados de chichi diariamente, e é conveniente lavar a “toilette”e renovar a areia ou o aglomerado com frequência.

Colocamos o gatinho na “toilette” várias vezes, principalmente quando nos apercebemos que está prestes a defecar ou a urinar (quando se agacha e tem a cauda direita) ou já começou a fazê-lo. Jamais se deve esfregar o nariz do gatinho na urina ou nas fezes deixadas em lugares indesejáveis. Atraído pelo odor, ele irá reconhecer que ali é o lugar da sua "toilette" definitiva e será mais difícil que se dirija àquela certa. Para evitar que isso aconteça, temos de limpar muito bem aquele local. É igualmente importante prestar atenção ao tipo de aglomerado que usamos pois pode acontecer que ao gato não agrade o seu odor. Nesse caso, não nos resta que comprar outro tipo até acertarmos com os gostos do nosso amigo.

 

Continuaremos no próximo “episódio” (post) a falar das regras básicas para sermos humanos responsáveis e cuidarmos bem dos nossos novos “hóspedes”. Até lá, fiquem bem com os vossos gatos.

 

Texto de Isabel Brás ©2015

Imagem retirada da web (etiquetada para reutilização)

 

 

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